XII SÍNODO DOS BISPOS
SEXTAGESIMO ANNO
LINEAMENTA
Caríssimos irmãos no episcopado, filhos presbíteros e diáconos, filhos e filhas religiosos e religiosos, leigos e leigas,
No sexagésimo ano da abertura do Concílio Vaticano II, celebramos hoje o dom do Espírito Santo na vida da Igreja que inspirou, motivou e fecundou a obra do Santo Padre São João XXIII, que hoje celebramos, e de seu sucessor, São Paulo VI. De fato, dizemos ter sido obra dos Sumos Pontífices, mas, este santo sínodo foi, na verdade, obra do Espírito Santo que impulsionou todos os Bispos da Igreja de Deus para a cidade eterna de Roma para o maior dos Concílios Ecumênicos da história da Igreja. Mas não apenas os Bispos, que foram os padres conciliares, se reuniram na sacrossanta basílica petrina para ouvir a voz do Espírito Santo, foram auxiliados por peritos, teólogos católicos, dentre os quais o então Pe. Joseph Ratzinger, Bento XVI, e peritos das outras igrejas e movimentos religiosos do mundo. Sim, pois a Igreja não queria saber apenas quem ela era, mas, queria ouvir quem os outros diziam quem ela é. De igual modo fez Jesus, antes de dar a chave a São Pedro, perguntando quem diziam que ele era. É impossível para qualquer católico que viva em boa fé negar a ação e a inspiração do Espírito Santo no grande Concílio Vaticano II.
E qual foi o impulso conciliar senão aquele de aggiornamento das estruturas da Igreja? Pela primeira vez um concílio foi convocado e aberto não para responder a heresias, a questões metafísicas, mas, para lidar com os problemas cotidianos da vida da Igreja e da evangelização. É claro que isso não seria possível sem rever e até mesmo construir alguns conceitos teológicos como, sem dúvida o maior deles, o de Igreja como povo de Deus. Assim, não apenas o clero é Igreja, mas, entende-se mais plenamente como Igreja e como sujeitos do ser Igreja e da evangelização, da missão, todos os fiéis leigos e leigas, religiosos e religiosas, clérigos e estrutura da Igreja. O impulso de São João XXIII para que a Igreja abrisse as janelas e permitisse soprar o vento do Espírito Santo, que deveria tirar a poeira de todas as estruturas que foram enrijecidas no grande e sacrossanto concílio de Trento, como reforma católica após a reforma protestante. Foi o próprio sopro do Espírito Santo que reconheceu que a Igreja deveria se abrir aos novos tempos e responder, dialogar, com o mundo contemporâneo. Se a Igreja quer fazer sua missão no mundo e não ser alheia a ele, ela compreende que precisa encontrar-se com o mundo, suas realidades e problemas e escutá-los. Foi assim que o sopro do Espírito passou e soprou a barca da Igreja adiante em sua missão.
É neste sentido que nós, Igreja Católica no Habbo Hotel, devemos também retirar de nossa Igreja toda poeira que acumulamos sobre a nossa missão. Isto buscou fazer o Concílio de Jerusalém, convocado pelo Santo Padre João Paulo VII, com suas tão importantes reflexões e tão diletos documentos. Meu venerável antecessor, Bento V, entendeu que o Concílio não havia encerrado todas as questões, mas, o entendeu como o iniciador de um processo, de um caminho. Neste caminho, no ano passado, aconteceu o XI Sínodo dos Bispos, voltando exclusivamente para a formação presbiteral e sabemos que nem todo este sínodo, bem como o Concílio foram totalmente postos em prática. Para soprar a poeira sobre eles colocados e sobre a nossa missão, nós, usando de nossa autoridade apostólica como cabeça do colégio universal dos Bispos, CONVOCAMOS todos os Bispos e Cardeais da Igreja para o XII Sínodo dos Bispos que se realizará na cidade de Roma, entre os dias 08 e 14 de dezembro do presente ano de 2022.
Louvando a Deus pelos 60 anos da abertura do Concílio Vaticano II, invocamos sobre o nosso sínodo o patrocínio da bem-aventurada Virgem Maria, dos apóstolos Pedro e Paulo, de São José, São João XXIII, São Paulo VI e todos os santos e santas de Deus.
Dado e passado em São Paulo, no Brasil, na celebração dos 60 anos de abertura do Concílio Vaticano II e memória de São João XXIII, 11 de outubro do Ano Sacerdotal de 2022.
+ Benedictus VI