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Exortação Apostólica pós sinodal - Sal Terrae

EXORTAÇÃO APOSTÓLICA PÓS SINODAL
SAL TERRAE

DO SANTO PADRE
URBANO

AOS BISPOS
AOS PRESBÍTEROS E DIÁCONOS
ÀS PESSOAS CONSAGRADAS
AOS PAIS E AOS FILHOS
E A TODOS OS FIÉIS LEIGOS

Sobre o protagonismo leigo como sal da terra


PROÊMIO
A Igreja, Corpo Místico de Cristo, é constituída por diferentes classes de fiéis e ordenados, que, unida ao Senhor, caminha junto rumo a Eterna Jerusalém. “Enim in uno corpore multa membra habemus, omnia autem membra non eundem actum habent” - Nós, embora sejamos muitos, somos um só corpo em Cristo e todos somos membros uns dos outros, cada um com sua parte (Rm 12,5). Tal unidade, brota do Coração aberto do Senhor e se derrama sobre seu povo, fazendo com que, no meio do mundo, levem eles sua luz a todos os povos, fazendo-os conhecer a alegria do Evangelho, que, como o sal, alegra a vida de quem conhece a Verdade.
Para que a mensagem de Nosso Senhor chegue a todos os povos, é preciso uma união de esforços entre as diversas formas de apostolado na Igreja. Os padres sinodais, durante os encontros que tivemos, puderam esmiuçar a realidade pastoral de suas Igrejas Particulares. Nelas, muitos ganhos e desafios, que, embora à primeira vista possam desanimar, sinalizam novas oportunidades para a evangelização da Igreja no meio do mundo.
Entretanto, é preciso reconhecer que, por vezes, atitudes apenas clericalizadas podem não obter o mesmo impacto naqueles que ainda não nos conhecem. Nesta ambiência, o leigo é chamado a ser protagonista, atuando como sujeito evangelizado e evangelizador de seus pares. Desta forma, “evocar o Santo povo fiel de Deus é evocar o horizonte para o qual somos convidados a olhar, onde Deus se apresenta como nosso amigo, mesmo sendo aquele que nos salvou, não faz isso de maneira inalcançável, mas deixa que o povo participe de todo o seu sofrimento para também gozar das alegrias celestes” (GREGÓRIO III, Papa. Carta Encíclica Lux Mundi, 2018).

A RELAÇÃO ENTRE O LAICATO E O CLERO
É necessário realizar um caminho de acompanhamento e motivação que reúna o clero e aqueles aos quais lhe foram confiados para que desempenhem ardoroso e frutífero trabalho na sociedade e, até mesmo, em ambientes hostis para a Igreja. Este relacionamento deve ser baseado em cumplicidade mútua, onde o pastor confie em sua ovelha e a ovelha em seu pastor. Desta forma, será mais fácil achegar-se ao outro, sobretudo na realidade daqueles que possuem uma imagem negativa da Igreja, formada por pré-conceitos decorrentes de sua formação ou da carga cultural acumulada ao longo do tempo.
Entretanto, de nada valerá o esforço do laicato em atrair novas pessoas a comunidade eclesial se os sacerdotes repelirem tal atitude. Por isso, é preciso acolher as diversas categorias de fiéis, admoestando-os no ensino da Santa Doutrina e da mensagem de Nosso Senhor Jesus Cristo. Isto não significa, porém, que os ensinamentos do Divino Mestre devem ser adaptados ao tempo corrente, mas sim melhor explicados, utilizando-se da caridade evangélica própria do cristão. “Para estes novos tempos, o melhor caminho é o diálogo para a superação das diferenças” (URBANO III, Papa. Carta Encíclica Mirare Tempore Futurum, 2018).
Ainda que o receio inicial seja forte, é preciso insistir na cristianização dos fiéis. Deve-se mostrar a beleza do Evangelho e das práticas iniciadas por Nosso Senhor, pois já Santo Agostinho afirmava que Nihil volitum nisi precognitum est - Nada é desejado se não for conhecido. Apenas na instrução caridosa a evangelização se fará verdadeira. Isso não deve, entretanto, menosprezar ou diminuir as palavras de Nosso Senhor. Pelo contrário, apenas por meio do ensinamento integral da fé a fidelidade se fará presente nesta relação.
É perigoso, porém, pensar que o leigo pode substituir a função do sacerdote. Pelo contrário, o ministro ordenado tem por missão primeira o endosso à evangelização e não deve se restringir apenas a celebração da Santa Missa, devendo ser o primeiro que sai a procurar as ovelhas que ainda não estão em seu redil (Jo 10,16). Com sua vida constante de fé, deve edificar os seus e confirma-los na fé, por meio de exemplos e pela pregação da mensagem de Nosso Senhor (Lc 22,32).
É salutar, inclusive, que haja respeitoso relacionamento entre o clero e o povo, de modo que a vida comunitária inspire ambas as partes no caminho da santificação. Essa relação, entretanto, não pode, nem deve, criar uma intimidade que perpasse os limites hierárquicos ou afetivos. O ministro ordenado deve recordar que cabe a ele a condução espiritual e moral da porção do povo de Deus, atuando como pastor e guia dos fiéis a ele confiados.

FÉ E COMPROMISSO
Entretanto, é necessário que, primeiramente, antes de formada uma comunidade, o próprio ministro ordenado saia em missão a procurar leigos e leigas dispostos a vivência comunitária. Embora o medo da não aceitação e do escárnio seja grande, é preciso recordar que grande parte do laicato presente na ambiência virtual é oriundo de uma mentalidade cristã, aprendida por meio de vivências reais. Isso porque nosso campo de atuação compreende dois países de tradição profundamente católica (Habbo BR e PT).
Isso porque, ao contrário do que se esperam as ideias administrativas, o que deve contar em nossa análise deve ser a qualidade dos leigos e não a quantidade deles. De nada adianta uma multidão de leigos que não saibam viver o Evangelho no dia-a-dia, nem ponham em prática os deveres essenciais do cristão. Estes não farão bem seu papel cristão, mas, pelo contrário, podem repelir o povo que buscar a Santa Igreja.
Por este motivo, cuida-se de bem catequizar aqueles leigos que chegarem a Igreja. Faça-se também uma profícua evangelização também daqueles que adentram nossos templos para inquirir ou zombar. Antes de expulsar o fiel, é necessário tentar trazê-lo para nosso lado, apresentando-lhe com argumentos fáceis e concretos, a beleza da mensagem redentora de Jesus em face das falsas belezas do mundo, das quais, via de regra, os fiéis vêm embebidos.
Seria de grande valia, por exemplo, que a Igreja se empenhasse na penetração em novos espaços, como reinos e organizações que reúnem representantes de países e comunidades. Neste ambiente, por meio de alianças que não vão de encontro aos princípios eclesiais, é possível fomentar a participação do povo nas atividades eclesiais, gerando, inclusive, fidelidade nos habitantes destes grupos sociais.

AÇÃO LAICAL
Na mesma esteira, a criação de salões e obras caritativas próximas das igrejas também são objeto de estudo e grande valia. Entre eles, ganham destaque hospitais, bibliotecas, salões para realização de festas paroquiais, praças e centros de eventos. Nestas localidades, é preciso planejar atividades que não contradigam a moral cristã, mas que possam inserir o povo em uma realidade comunitária, trazendo-o pouco a pouco junto à Igreja.
Estes eventos beneficentes devem focar, sobretudo, aqueles que estão em situação de vulnerabilidade social. O atendimento gratuito e a acolhida fraterna a estas pessoas deve ser a marca do serviço pastoral da Igreja. Entretanto, não se tenha a ideia de cair no assistencialismo. Pelo contrário, deve-se ensinar o fiel a mudar sua situação por meio de práticas legais e justas, que visem o engrandecimento de Deus por meio da independência social do ser humano.
A partir desta ação social do clero, os leigos também podem empenhar-se na caridade e na cumplicidade ao outro, lições deixadas por Nosso Senhor Jesus Cristo e já presentes na Sagrada Escritura. “Erant autem perseverantes in doctrina apostolorum et communicatione, in fractione panis et orationibus” - Eles eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações. (At 2,42).

AS FUNÇÕES LITÚRGICAS DO LEIGO
O cuidado pastoral, entretanto, não deve ser regalado apenas aos níveis sociológicos e financeiros. Sem a celebração eucarística, nada disso terá sentido, já que é do Corpo e Sangue do Senhor que a Igreja se sustenta. “É necessário que estejamos sempre em comunhão através da Santa Eucaristia, pois é a ela, a forma central e exclusiva de nos unirmos em espírito para celebrar a morte e ressurreição de Nosso Senhor” (MARIANO III, Papa. Constituição Apostólica Heri et Hodie in Comunion, 2016).
O incentivo à participação dos leigos nos ambientes eclesiais tem seu ápice na celebração da Eucaristia. Desde tempos imemoriais foi permitido ao leigo auxiliar na celebração do Santo Sacrifício. Inicialmente o trabalho era desenvolvido pelos coroinhas, tendo sido alargado no Concílio Vaticano II. Entretanto, ainda hoje, nota-se certa resistência de sacerdotes à participação dos leigos nas funções litúrgicas que lhe competem.
Mesmo aqueles que não estão no altar, são chamados a participar dos atos sagrados por meio de respostas às orações. Por isso, é salutar que os clérigos, ao realizarem a Santa Missa, produzam também um folheto em que os leigos possam acompanhar o rito, respondendo as aclamações e orações.
Recomenda-se, inclusive, que os ministérios do acolitato e do leitorado sejam desenvolvidos nas Igrejas Particulares e vivamente incentivados pelos bispos diocesanos. Para isso, sejam escolhidos apenas homens idôneos, de longa caminhada eclesial e reconhecidamente de acordo com as exigências da Santa Igreja Católica. 
Mesmo os que não possuírem tal ministério não estão impedidos de exercer tais funções na sagrada liturgia. Aos leitores não instituído, porém, lembre-se de utilizar as roupas normais, ficando vetada a utilização de túnicas ou vestes que os diferenciem dos demais. Entretanto, cuida-se de bom formar estes leigos para que possuam uma vida condizente com o que realizam na liturgia. Sejam prioritariamente acolhidos aqueles leigos que possuem boa base familiar vivência eclesial. Isto se faz necessário, sobretudo nestes tempos de dificuldade eclesial e erupções sociais. “É preciso hoje, acolher e orientar as situações da família tal como foi criada por Deus, homem e mulher, diante do perigo de relativismos implantados pela sociedade” (URBANO III, Papa. Carta pastoral Cor et anima una, 2018).

PARA QUE TODOS TENHAM VIDA
Isto não deve significar, entretanto, que a Igreja deve fazer acepção de pessoas. Pelo contrário, este é um dos principais empecilhos para um bom trabalho eclesial. Atualmente, nota-se que, infelizmente, muitos clérigos procuram apenas leigos mais abastados em vistas de obter vantagens econômicas ou de status social. Tal atitude deve ser veementemente repudiada, pois não condiz com o pensamento da Santa Igreja. Pelo contrário, ela não condiz com o ensinamento deixado por Nosso Senhor, que nos convida a não realizar acepção de pessoas, sobretudo no âmbito comunitário.
Tal situação agrava-se ainda mais na questão dos casamentos. É consenso entre as antigas reuniões sinodais e concílios, que o caminho até a celebração do sacramento do Matrimônio é longa e não passa apenas pelo dinheiro da espórtula. Pelo contrário, deve ser realizada por meio de um acompanhamento do casal junto ao sacerdote, visando santificar esta nova família que nasce.

CONCLUSÃO
Diante dos desafios apresentados pelo IX Sínodo dos Bispos, é preciso ter a esperança de dias profícuos para a Igreja, não desanimando em levar a mensagem de Nosso Senhor a todos os povos e nações. O caminho para superar as divisões e desconfianças em torno do tema é grande, mas com passos acertados, certamente o avanço no diálogo virá aos poucos de forma gradual e salutar. O importante é não acomodar-se diante da atual situação e, com a confiança revigorada em Deus, colocar em prática o que estas letras escrevem.
Que Maria, a primeira leiga, nos auxilie na caminhada rumo aos desígnios do Pai. Nesta festa da Assunção, confio uma vez mais a Igreja à sua maternal proteção que nunca nos desampara.


Datum Romae, die 15 mensis Augustus, A.D. MMXVIII. In Assumptionem Beata Maria Virgine.


+ Urbanus Pp. III
Pontifex Maximus