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Breve Apostólico Unitatis in Caritate - Aos irmãos das Igrejas separadas

 
BREVE APOSTÓLICO
UNITATIS IN CARITATE
 
DO SANTO PADRE
BENTO VI
 
Aos irmãos das Igrejas separadas
e a todo o Povo de Deus.
 
PRÔEMIO
 
1. A unidade no amor é manifestação do amor de Deus que uniu a humanidade por meio do mistério Redenção alcançada por Jesus Cristo, o Filho unigênito (cf. Col 1, 18-20). Na grande oração sacerdotal de Jesus, na véspera de sua Paixão, depois de se entregar na Ceia e antes de se entregar na Cruz, o Cristo pede pela unidade: “Para que todos sejam um, como tu, Pai, em mim e eu em ti; para que sejam um em nós, a fim de que o mundo creia que tu me enviaste.” (Jo 17,21). De fato, Cristo fundou uma só e única Igreja [1] e dela todos somos chamados a ser partícipes.
 
2. Contudo, há diversas Igrejas cristãs que se apresentam como legítimas e com isso, divide-se o próprio Cristo (cf. 1Cor 1,13). Entendemos, com isto, àquilo que afirmou o Concílio Vaticano II: “Esta divisão, porém, contradiz abertamente a vontade de Cristo, e é escândalo para o mundo, como também prejudica a santíssima causa da pregação do Evangelho a toda a criatura.” [2]. Toda cisão dentro do Corpo de Cristo sempre foi condenada, desde os primórdios da Igreja (cf. 1Cor 1, 11 ss.; 11,22).
 
DIVISÃO NA REALIDADE VIRTUAL
 
3. Também em nossa realidade virtual, há divisões no Corpo de Cristo que é a Igreja. Desde os tempos mais antigos isso já acontecia. Períodos que hoje são até confusos para nós em nossa história, nos mostram como a Igreja teve de lidar com essas cisões dentro de seu corpo. Em outros hotéis, de modo particular, essas divisões aconteceram principalmente após tentativas de apostolado nestes lugares. De qualquer modo, essas divisões são uma dolorosa ferida no Corpo do Senhor.
 
4. Exorto, porém, àqueles que estão em comunhão comigo: cessem de qualquer tipo de provocação ou ofensa aos irmãos separados. Já disse isso em outros momentos de minha vida e hoje vos peço isso com mais insistência. Desde o início de meu pontificado, isso já nos causou problemas. Problemas que não deveriam ser, de fato, problemas. Deveríamos estar nos preocupando com outras coisas, outros assuntos, e não confusões e dispersões. Quem divide é o diabo e não pode haver diabos em nossa Igreja.
 
5. Clemente II, nosso antecessor, pediu perdão aos clérigos das Igrejas separadas: “Em nome de toda a Igreja quero pedir perdão aos clérigos das Igrejas separadas. Pedir perdão a cada irmão que não se sentiu acolhido em nosso seio. Pedir perdão a cada um que não encontrou na Igreja a acolhida fraterna, a comunidade de amor que nos mandou o Senhor Jesus. Ao mesmo tempo, peço perdão pelas vezes que foram, por nossos clérigos, atacados. Peço perdão por não sermos comunidade de diálogo.” [3].
 
6. Mas, não podemos deixar de levar em consideração a história da Igreja no Habbo e àquilo que acreditamos acerca da legítima sucessão dos nossos fundadores: “Vinicius, Carlos e Victor elegeram um deles e o fizeram como primeiro sumo pontífice da Igreja no Habbo Hotel. Foi então que Vinicius ascendeu a Cátedra Petrina e, após ele, Severino e todos os seus sucessores. A Cátedra do Sumo Pontífice no Habbo Hotel é a Cátedra do Apóstolo Pedro por representação, mesmo que não por essência. Do mesmo modo, o Romano Pontífice no Habbo Hotel é tido representativamente como sucessor de Pedro, embora não o seja na essência.” [4]. De fato, mesmo em nossa realidade, o Colégio tido por Apostólico, ou seja, os Bispos, exercem seu magistério juntamente com o Romano Pontífice, que é a cabeça do mesmo colégio [5]. Tal realidade colegial, hierárquica e histórica nunca pode deixar de ser levada em conta.
 
INICIAR PROCESSOS
 
7. Amados irmãos separados, recordo-me, aqui, daquele glorioso momento em que São Paulo VI e Atenágoras se encontram e se abraçam. E como não nos lembrar do encontro do Papa Francisco com Bartolomeu? E ainda, o seu encontro com o Arcebispo da Cantuária? E em nossa realidade virtual, lembro de tantos momentos de encontro, tanto nas celebrações do Jubileu no ano passado, bem como na minha entronização há algumas semanas. Tenho em mente, ainda, o recente retorno de clérigos que outrora eram excomungados e foram acolhidos na comunhão da Igreja [6].
 
8. Penso que tais encontros devem ser início de um processo: processo para a unidade. Unidade esta que é temida por tantos. De fato, não podemos deixar de reconhecer quantas rixas pessoais há entre nós e vós. Mas, pergunto-me, se é justo dividirmos o Corpo de Cristo por conta de nossos problemas pessoais. Por isso, iniciar processos de unidade é também iniciar processos de cura e de diálogo, compreendendo que nada mudará da noite para o dia e nem é saudável que seja assim.
 
9. Acredito ser impossível não reconhecer que a evangelização nos hotéis, ou melhor, a presença da Igrejas nos hotéis brota da fundação da Igreja no Habbo, que teve como primeiro supremo pastor Gregório XVII e por isso a Igreja presente no Habbo é tida como a primeira entre as Igrejas. Partindo de tal primazia, propomos a vós, irmãos separados, que realizeis estudos sobre tal assunto, a fim de que um dia possamos todos nos reunir sob uma só cátedra. Do mesmo modo, nós realizaremos tal estudo. Não permitamos, porém, que qualquer sede de poder ou desejo mentiroso, atrapalhe este nosso caminho. Este é nosso objetivo principal com este Breve: convidar-vos e propormo-nos a refletir sobre nossa comunhão e unidade sob o mesmo Sumo Pontífice, legítimo sucessor de Gregório XVII.
 
10. Este caminho, sem dúvidas, não é simples e não será percorrido de uma hora para outra. Não desejo que seja assim. Portanto, coloco a vossa disposição, para diálogos, o Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos, bem como qualquer outro meio que seja necessário para que o aprofundamento desta questão e o estreitamento das nossas relações possa acontecer do melhor modo possível. Leve-se em consideração, porém, neste caminho, que apesar da conciliar decisão de 2018 de não instaurar Igrejas Particulares em outros hotéis e dos motivos para tais [7], é válido que ambos os lados reflitam modos para que isso aconteça e que se garanta a unidade e comunhão de ambos os lados. Tenha-se em mente neste discernimento, as estruturas sinodais das Igrejas Orientais em sua submissão ao Romano Pontífice e outras estruturas existentes na Igreja da realidade, as possíveis adaptações, e enfim, tudo àquilo que se é necessário refletir.
 
11. E mesmo que nosso utópico sonho não chegue a se realizar, pelas razões que forem, que estreitemos cada vez mais os vínculos entre nós, para podermos anunciar a todos que Jesus Cristo está vivo e está entre nós.
 
CONCLUSÃO
 
12. Óh, Cristo! Por que é tão difícil unir? Por que é tão difícil cessar essa divisão que separa as nossas Igrejas? Como anseio que os irmãos que se separam desta cátedra a ela retornem, mesmo que isso nos custe caro. Como precisamos, irmãos, nos abraçar... Como precisamos efetuar àquele abraço de verdadeiros irmãos, que apesar das diferenças cansaram-se de dividir o único Corpo de Cristo. Pelo contrário, queremos que o Corpo de Cristo seja apenas dividido no altar, quando juntos celebrarmos a Eucaristia e verdadeiramente fizermos profunda comunhão entre nós e o próprio Cristo será para nós alimento e bebida espiritual, que fortalece na unidade.
 
Dado e passado em Roma, junto a São Pedro, nos dezesseis anos do estabelecimento da Cátedra Petrina no Habbo, trigésimo dia do mês de julho do Ano Sacerdotal de dois mil e vinte e dois, primeiro de Nosso pontificado.
 
+ Benedictus VI
Servus Servorum Dei
 
[1] Unitatis Redintegratio. Concílio Vaticano II/Papa Paulo VI (Realidade).
[2] Unitatis Redintegratio. Concílio Vaticano II/Papa Paulo VI (Realidade).
[3] Petrus Anni. Clemente II.
[4] Petrus Anni. Clemente II.
[5] Divinus Redemptor. Concílio de Jerusalém/Papa Bento V.
[6] Decreto Unitatis et Pax. Sebastião II.

[7] Universae Ecclesiae. Concílio Vaticano VII/Papa João II.