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Declaração Apostólica — "Malis Pastoribus"

DECLARAÇÃO APOSTÓLICA
“MALIS PASTORIBUS”

DE SUA SANTIDADE,
O PAPA PAULO

Com a qual se proclama a antipapia do Papa Augusto I, o corrupto

A todos os que este nosso DECRETO virem, saudação e bênção no Senhor.

Maus pastores dispersaram a grei de nossa Santa Igreja Católica Apostólica Romana em tempos passados. Movidos pela ganância, promoveram o mau exemplo e geraram confusão nas mentes e corações de muitos fiéis e clérigos, traindo a missão confiada por Nosso Senhor Jesus Cristo. 

Nos últimos tempos, um destes exemplos proveio de nosso antecessor Augusto I. Preocupado em encher seus cofres, o mencionado pontífice esvaziou as almas dos fiéis e clérigos, que abandonados pelo seu pastor, procuraram outras formas de celebrações e cultos estranhos aos de nossa Tradição.

Neste cenário, destaca-se o crescimento das cismas, largamente observados durante o tempo de obscurantismo promovido durante o pontificado de Augusto. Não são raros os exemplos de leigos e clérigos que foram melhor acolhidos em outras denominações religiosas, já que aquele que deveria cuidar deles preocupava-se com o detrimento de seus inimigos e até mesmo de seus colaboradores.

Para tentar frear a grande debandada, o mencionado pontífice distribuiu a todos os sacerdotes, sem o menor critério, bulas e mitras, transformando-os em bispos da Igreja. Este ato fez com que a Igreja possuísse escassez de sacerdotes e, por conseguinte, de vocações.

Ademais, tal atitude feriu as orientações da Carta Encíclica Pastores Populum, do Papa Urbano III. Este pontífice determinou normas claras sobre a escolha do episcopado, que não foram seguidas pelo Papa Augusto. Muito pelo contrário, foram ignoradas.

Aqueles aos quais nosso referido predecessor não possuía afeto nenhum, ou desejava até mesmo ver fora da Igreja, ele aproveitou-se para extorqui-los. Não foram poucos os relatos chegados a esta Sé Apostólica de compra e venda de cargos que vão desde o monsenhorato até a púrpura, com a qual Augusto cobrava vultuosas somas em troca do barrete vermelho, criando ao redor de si uma máquina de corrupção e lavagem de dinheiro, vistas anteriormente nos pontificados de antipapas como Gregório Magnus II, Alexandre II, João I e tantos outros flagelos a nós impetrados.

Sobre esta situação, nosso venerável predecessor João II foi claro em afirmar que: “A corrupção está extremamente ligada ao pecado, pois ela é causada pela repetição de pecados. A corrupção surge quando o ser humano fecha os olhos e corações a ação de Deus. O corrupto perde as suas capacidades, não consegue mais servir a Igreja na gratuidade, nem ao outro, sempre busca algo em troca” (João II, Bonus servis et fideli, Capítulo IV, 21). 

Dada esta situação, observamos que Augusto I perverteu os fiéis na fé, dando mal exemplo ao clero e a todo o povo de Deus. Por meio de suas atividades corruptas e egocêntricas, afligiu a Igreja com abandono e escândalo, desacreditando o pontificado e a Sé de Roma, promovendo, igualmente, êxodo para as cismas que afligiram nossa Igreja no passado.

Diante disso, movidos pelo desejo sincero de reparar tão grandes erros cometidos contra a Igreja, nós e o Espírito Santo DAMOSDECRETAMOSPROCLAMAMOS e DEFINIMOS a ANTIPAPIA de Augusto I. Tal característica deve ser adicionada ao Anuário dos Pontífices e suas transgressões, conhecidas por todo o Povo de Deus. 

Da mesma forma, excluímos todas as penas imputadas por este Pontífice, abrindo nosso abraço de misericórdia a todos aqueles que deixaram a Igreja pela má influência exercida por este mau pastor. Por meio do sacramento da confissão por mim administrado, estou disposto a perdoar as transgressões de clérigos e fiéis realizadas pelo desafeto deste nosso predecessor.

Para a reparação dos erros acometidos por este nosso irmão, rogamos sobre todo o povo de Deus as mais abundantes bênçãos, pedindo insistentemente que nos envie São Miguel Arcanjo, príncipe das milícias celestes, para que impere sobre estes maus, e nos livre de todo ataque do iníquo, que diante destes atos, tenta cada vez mais embargar a missão da Igreja, de difundir a mensagem de Cristo, de um Reino de justiça, paz e fraternidade.


Datum Romae, XXI Ianuariis MMXX. Sub coronam Pauliensis.

+ PAULUS Pp. IV
Pontifex Maximus