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Carta Encíclica "Ego sum Via" | Sobre o Caminho do Cristão

                                   


 
                            

CARTA ENCÍCLICA
EGO SUM VIA

DE SUA SANTIDADE
ANTÔNIO 
DIRIGIDA AOS CARDEAIS, BISPOS,PRESBÍTEROS, DIÁCONOS,
RELIGIOSOS E RELIGIOSAS,
SEMINARISTAS, EM ESPECIAL AOS
LEIGOS E LEIGAS,DO ORBE CATÓLICO VIRTUAL
SOBRE O CAMINHO DO CRISTÃO

Veneráveis Irmãos
e Amados Filhos e Filhas
Saúde e Bênção Apostólica!


I. "Como podemos conhecer o caminho?" Evangelho segundo João.

    Esta era a dúvida que habitava no coração do apóstolo Tomé quando Jesus lhe diz que está a preparar-lhe um lugar na casa de seu Pai e que após estar pronta a morada Ele retornaria e tomar-lhe-ia para ter com ele na nova morada.

     Esta também é uma dúvida recorrente no coração dos cristão, em especial aqueles em nossa Santa Igreja ainda não encontraram seu lugar em meio à comunidade habbiana em constante construção, ainda  em meio as turbulências das cismas e das rupturas por ideais egocêntricos, perde-se, por diversas vezes, a essência de evangelizar e testemunhar o cristianismo que professamos e acreditamos.[1]

    Sendo assim, vimos a necessidade de reafirmar aquilo que é a motivação de nossa existência como Igreja, a missão que mostrar o caminho da salvação da realidade em que coabitamos.

II. "Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas; mas vendo-as de longe, e crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra." São Paulo aos Hebreus.

     Este é o sentimento que preenche a todos  a queles que achavam estar no caminho certo, pois conquistavam tudo aquilo que socialmente sempre foi concebido como objetivos de sucesso a todos, como ter dinheiro e sucesso, por exemplo. Mas ao atingir tais metas descobriam-se vazios na busca constate de prazeres que os preenchessem, mas nada os preenchia.

    Em sua maior obra literária o romancista inglês Lewis Carroll, ao escrever Alice no País das Maravilhas, tornou célebre a frase dita pelo Gato Cheshire à Alice: "Se você não sabe para onde ir, qualquer caminho serve". Esta mesma frase bem elucida a situação em que muitos não cristãos encontram-se, mesmo na busca da fé. Não saber onde se quer chegar é o primeiro erro de todo aquele que sai a uma jornada, mas pior erro ainda é não dar o primeiro passo e estagnar no mesmo, na depressão ou ansiedade.

III. "Examina a estrada onde pões o pé e todos os teus caminhos sejam bem firmes."  Provérbios em seu quarto capítulo.

    Sócrates, o filósofo grego conta que quando Hércules (o herói grego) estava naquela parte da juventude em que é natural pensar em qual caminho perseguir na vida, ele um dia se retirou a um deserto, onde o silêncio e a solidão do local favoreceram em muito suas meditações.

    Enquanto ele contemplava sua presente condição, ele avistou duas mulheres se aproximando dele. Uma delas, uma mulher muito bonita e atraente, era chamada Kakia, embora ela dissesse que seus amigos a chamavam de “Felicidade” (Eudaimonia). Ela prometeu a ele que o seu caminho era “mais fácil e mais prazeroso”, e proveria um “corta caminho” para a “Felicidade”. Após ouvir isso, Hércules foi abordado pela segunda deusa, chamada Aretê, uma mulher vestida humildemente e de maneira simples, embora naturalmente bela. Para a surpresa dele, ela disse a ele que seu caminho exigiria que ele trabalhasse duramente e que seria “longo e difícil”.
    
    Mesmo que essa escolha não nos apareça com tanta ludicidade, continua a nos aparecer no dia a dia quando temo de optar pelo caminho fácil e prazeroso ou o caminho difícil e virtuoso. O protagonista da história que contamos aqui escolhe o caminho da virtude, um dos motivos que o leva a ser um dos homens mais conhecidos do mundo, assim como o Nosso Mestre e Senhor, que escolhe a Cruz, o caminho de dor, mas de Amor. E nós o que estamos a escolher?

IV. "É um combate a vida do homem sobre a terra." O livro de Jó. Cada qual, pois, deve estar acautelado contra as tentações, mediante a vigilância e a oração, para não dar azo às ilusões do demônio, que nunca dorme, mas anda por toda a parte em busca de quem possa devorar. Ninguém há tão perfeito e santo, que não tenha, às vezes, tentações, e não podemos ser delas totalmente isentos.[2]

    Estar diante da escolha e hesitar em tomá-la faz parte do fardo do homem e constrói seu caráter. O Papa Francisco nos alerta sobre os perigos de tomar a decisão errada: É verdade que hoje, mais ou menos todas as pessoas, e também os nossos jovens, experimentam o fascínio de tantos ídolos que se colocam no lugar de Deus e parecem dar esperança: o dinheiro, o poder, o sucesso, o prazer. Frequentemente, uma sensação de solidão e de vazio entra no coração de muitos e conduz à busca de compensações, destes ídolos passageiros.[3]

V. "Assim, pois, vós já não sois estrangeiros nem hóspedes, mas sois concidadãos dos santos e membros da família de Deus." Carta de São Paulo aos Efésios. A estes que optaram pelo caminho da retidão, passam pois a integrar a família divina, caminhando, pois, junto a Santa Igreja sob seus egrégios ensinamentos, buscando permanecer no caminho escolhido. Ainda que esta  trilha não esteja livre de pedras e nem eximida de possíveis tropeços, exortamos que não é a estrada que tem falhar, mas os pés que as tateiam que não estão familiarizados com as curvas e aclives. 

    Neste ponto é de estrema importância que aqueles que já conhecem trechos do trajeto estejam dispostos a guiar os inexperientes. Neste ponto o Papa Francisco nos diz que chegou a hora de pastores e leigos caminharem juntos em cada âmbito da vida da Igreja, em todas as partes do mundo. Os fiéis leigos não são 'hóspedes' na Igreja, estão em sua casa, por isso são chamados a cuidar da própria casa.

VI. "Somos todos um só corpo e temos todos o mesmo Espírito e fomos todos chamados para uma mesma esperança." Carta de São Paulo aos Efésios. São Paulo ainda nos encoraja a assumir nosso lugar no Corpo de Cristo.

    Em virtude do Baptismo recebido, cada membro do povo de Deus tornou-se discípulo missionário (cf. Mt 28, 19). Cada um dos batizados, independentemente da própria função na Igreja e do grau de instrução da sua fé, é um sujeito ativo de evangelização, e seria inapropriado pensar num esquema de evangelização realizado por agentes qualificados enquanto o resto do povo fiel seria apenas receptor das suas ações.[4]

    Como nos traz o Papa Urbano III quando diz que a Igreja, Corpo Místico de Cristo, é constituída por diferentes classes de fiéis e ordenados, que, unida ao Senhor, caminha junto rumo a Eterna Jerusalém. “Enim in uno corpore multa membra habemus, omnia autem membra non eundem actum habent” - Nós, embora sejamos muitos, somos um só corpo em Cristo e todos somos membros uns dos outros, cada um com sua parte (Rm 12,5). Tal unidade, brota do Coração aberto do Senhor e se derrama sobre seu povo, fazendo com que, no meio do mundo, levem eles sua luz a todos os povos, fazendo-os conhecer a alegria do Evangelho, que, como o sal, alegra a vida de quem conhece a Verdade.[5]

VII. "Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem a mim," Evangelho de Jesus Cristo segundo João. Agora dirigimo-nos aos pastores do rebanho. O bom sacerdote reconhece-se pelo modo como é caminha o seu povo: Nota-se quando o povo é por um pastor alegre; por exemplo, quando sai da Missa com o rosto de quem recebeu uma boa notícia. O nosso povo gosta do Evangelho quando é pregado com unção, quando o Evangelho que pregamos chega ao seu dia a dia, quando vem do coração do pastor até às bordas da realidade, quando ilumina as situações extremas, "as periferias" onde o povo fiel está mais exposto à invasão daqueles que querem saquear a sua fé.

    Lembrem-se, queridos padres, donde viestes, dos corredores onde passastes, da virtualidade onde nascestes. Pois foi destes ambientes que germinou a base de seu cheiro, aroma este que é aperfeiçoado no encontro com Cristo, mas sempre carregará a essência da particularidade de cada um. É este bálsamo que atrai e faz permanecer as ovelhas em redor de seu pastor, pois confiam que ele jamais a abandonará as mãos do ladrão.

    Uma antiga fábula monástica fala sobre dois monges sentados numa carpina próximo ao mosteiro onde moravam, quando alguns coelhos aproximam-se de um deles. O outro, que não tinha nenhum coelho à sua volta, exclamou: é incrível! Você seve ser um santo. Todos os coelhos vêm caminhar por suas pernas, mas fogem de mim. Qual o seu segredo? - ao que o monge amigo dos láparos responde - Não tenho nenhum segredo. É que eu não como coelhos, só isso!

VIII. "E toda a multidão procurava tocar-lhe; porque saía dele virtude, e curava a todos." Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas. A este versículo soma-se a parábola que lemos a pouco. Grande multidão cercava a Jesus e aos seus, pois deles vinha virtude, assim como os coelhos sentiam virtudes do monge.

Quando vê um padre ou bispo cercado de bons leigos, a Igreja se alegra pois sabe que dele provem virtudes e mais que isso, que seu rebanho sente o mesmo e desfruta desta dádiva, que por sua vez gera mais benesse. Isto leva a um processo de revigoramento das forças, tanto do peregrino quanto do guia.

IX. “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; E porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem.” Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
"Sob a vossa proteção nos refugiamos, ó Santa Mãe de Deus.
Não desprezeis as súplicas que em nossas necessidades vos dirigimos,
mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó virgem Gloriosa e Bendita."

    Jesus é o caminho. O caminho para o pai. O caminho da vida. O caminho para a salvação. Jesus viveu na terra para nos mostrar o caminho. Segui-lo neste caminho significa que devemos andar como Ele andou. Devemos seguir Seus passos, vivendo como Ele viveu. Um caminho indica progressão. Quando nós O seguimos, chegamos onde ele está agora. Jesus chamou esse caminho “o caminho estreito.”
    Como encontramos este portão, a entrada para este caminho estreito? Não é porque somos pessoas excepcionais, ou fazendo algo que nos torna merecedor de encontrá-lo. É simplesmente porque Deus, em Seu amor e misericórdia, coloca um desejo pelo bem em nossos corações e nos atrai na direção certa.

X. "Sede cumpridores da palavra e não apenas ouvintes isto equivaleria a vos enganardes a vós mesmos." Carta de São Tiago aos Fiéis. Esta é uma das grandes lições do Apóstolo que em  sua devoção ensinou o mundo a peregrinar através dos chamados "Caminhos de Santiago de Compostela". Atualmente é grande o número de devotos, cristãos ou não, que percorrem os caminhos em busca de uma experiencia com a mística e a religiosidade.

    Assim também deve ser nossa Igreja, chamada a proporcionar àqueles que dela participam a uma experiencia mistagógica de encontro com o Cristo por meio da dissimulação dos Sacramentos e da vivência fraterna. 

    Diante disso, realizamos não só a evangelização por meio do anúncio, mas também na prática de como a Mãe Igreja - na realidade - atua; levando, a partir da dissimulação dos sacramentos - que ordinariamente chamamos apenas de sacramentos - as pessoas a um conhecimento em tempo real de como são os sacramentos e de como eles agem em nosso meio. A essência da Igreja no Habbo é ser reflexo da Igreja da realidade.[6]

XI. "Por esse motivo, irmãos, temos ampla confiança de poder entrar no santuário eterno, em virtude do sangue de Jesus, pelo caminho novo e vivo que nos abriu através do véu, isto é, o caminho de seu próprio corpo." Carta de São Paulo aos Hebreus.

    O caminho estreito é um modo de ação. É um caminho que atravessa a carne. E aqui Jesus nos mostra como Ele andou quando esteve na terra. Em outras palavras, caminhar no caminho estreito significa que desistimos inteiramente de nossa própria vontade. Nossos próprios pensamentos sobre como nossa vida deveria ser, nossos próprios desejos. Significa que devemos vencer o pecado na carne, aquelas coisas que são tão naturais para nós, a fim de fazer a vontade de Deus. Isso inclui coisas como preguiça, egoísmo, ganância, ressentimento, orgulho etc.

XII. "Por uma só oblação ele realizou a perfeição definitiva daqueles que recebem a santificação." Epístola de São Paulo aos Hebreus.

    Trilhamos nosso caminho rumo ao Céu ao participarmos da Missa. Todas às vezes que vamos à Missa, estamos participando do sacrifício de nosso Senhor Jesus Cristo. Aquilo que aconteceu no Calvário, há mais de dois mil anos, acontece a cada Celebração Eucarística. Isso deve nos estimular a irmos à Missa e pensarmos: “Vamos à Missa para participar do sacrifício de Cristo!”.

    A Santa Missa é o caminho para a salvação. Se tirarmos a Missa da Igreja, isso fará com que a Igreja acabe; e ao extinguirmos a Missa, o demônio conseguirá acabar com todos nós. A Missa é o caminho da nossa salvação. Quando vamos à Celebração Eucarística, alimentamo-nos de duas formas: pela Palavra e pela Eucaristia.

    Cada celebração da Eucaristia é um raio daquele sol sem ocaso que é Jesus Cristo ressuscitado. Participar da Missa, em particular no domingo, significa entrar na vitória do Ressuscitado, ser iluminados pela sua luz, aquecidos pelo seu calor. Por meio da Celebração Eucarística, o Espírito Santo nos torna partícipes da vida divina que é capaz de transfigurar todo o nosso ser mortal. Na sua passagem da morte à vida, do tempo à eternidade, o Senhor Jesus nos leva com Ele para fazer a Páscoa. Na Missa se faz a Páscoa. Na Páscoa estamos com Jesus morto e ressuscitado que nos impulsiona para a vida eterna. Na Missa nos unimos a Ele. Ou melhor, Cristo vive em nós e nós vivemos n’Ele”, como afirma São Paulo.

    A Celebração Eucarística é o lugar em que se esconde o abismo da santidade de Deus, que se derrama na alma e na vida de cada fiel ao receber o Senhor da Eucaristia. O encontro da pequenez de cada homem com o abismo de amor de um Deus tão grande que se rebaixa para entrar na vida do ser humano e possuí-lo por inteiro. Somos capazes de nos perder nesse abismo de amor para sermos encontrados por Ele. Em Jesus descobrimos as profundezas da nossa própria humanidade, mesmo nos sentindo abismados diante do mistério que é a real presença de Cristo na Eucaristia.

XIII. "Mas quando veio a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, que nasceu de uma mulher e nasceu submetido a uma lei, a fim de remir os que estavam sob a lei, para que recebêssemos a sua adoção." Carta Paulina aos Gálatas.

     Por amor de nós, homens, e para nossa salvação, desceu dos céus e encarnou na Virgem Maria, por obra e graça do Espírito Santo. Este divino mistério da salvação é-nos relevado e continua na Igreja, instituída pelo Senhor como Seu corpo; nela, os fiéis, aderindo à cabeça que é Cristo, e em comunhão com todos os santos, devem também venerar a memória em primeiro lugar da gloriosa sempre Virgem Maria Mãe do nosso Deus e Senhor Jesus Cristo.[7]

    Entreguem-se inteiramente a Cristo meus irmãos e consagrem a Maria Santíssima, mãe de toda a humanidade. Ela que soube ser sinal de obediência à vontade de Deus, é exemplo para que vocês também se abandonem totalmente à mercê dele. Oremos pois então:


Maria, Rainha dos Anjos e Mãe da Igreja, rogai por nós!


Dado e passado de Roma, junto de S. Pedro, no dia 19 de março do ano de 2023, primeiro ano de meu pontificado.


+ ANTONIUS
Servus Servorum Dei


[1] JOÃO PAULO VII. Exortação Apostólica Pós-Sinodal - Mitte Me Ad Gentes. Vaticano: 2020.
[2] KEMPIS, Tomás de. Imitação de Cristo.
[3] FRANCISCO. Homilia por ocasião da XXVIII Jornada Mundial da Juventude no Brasil. Aparecida, 24 de Julho. 2013.
[4] FRANCISCO. Exortação Apostólica Evangelii Gaudium. Vaticano: 2013.
[5] URBANO III. Exortação Apostólica Pós Sinodal Sal Terrae. Vaticano: 2018.
[6] JOÃO PAULO VII. Constituição Conciliar Predicate Evangelium. Vaticano: 2020.
[7] PAULO VI. Constituição Dogmática Lumen Gentium. Vatican: 1964.