Sobre o ministério pontifício no habbo.
Introdução.
1.Pedro, aquele que preside os demais na caridade fraterna, é aquele que guarda o fundamento da Igreja[1], Nosso Senhor, e liga os demais a ele, sendo constituído assim, Pontífice Máximo entre Deus e os homens.
2. Pedro, presidindo a comunidade, é nela sinal de unidade, reunindo os irmãos numa mesma fé, a fé da Igreja, que ele recebeu de Nosso Senhor, que é o fundamento da Igreja.
Sendo assim, os sucessores de Pedro, os Papas, participam de sua missão, e a ela devem ser fiéis, para que o ministério seja contínuo e frutífero.
3. Mediante tal ministério, o objetivo de unidade é visível. Unidade essa fraterna, porque, é sabido que o Bispo de Roma preside as Igrejas na caridade [2].
4. Hei de deter-me, nas linhas desta Encíclica, sobre o Ministério do Papa no habbo. Darei ao mesmo nova face, mediante as tantas outras, já ultrapassadas. Encontrar-me-ei com um novo modo de viver este ministério, que não é meu, nem de meus antecessores, mas sim, da Igreja.
I. Pedro, aquele que salvaguarda a pedra da Igreja.
5. Pedro não é o fundamento da Igreja [1]. A fé que Pedro professou é aquela fé que guarda o fundamento da Igreja, Nosso Senhor Jesus Cristo.
6. Diante de tal fé, Pedro é o primeiro entre os iguais[2], que guarda a tradição e a fé da Igreja, e Pontífice Máximo, que liga a comunidade a Deus.
7. Observando isso, é possível ver que um dos aspectos do ministério petrino é salvaguardar a Pedra da Igreja, Nosso Senhor Jesus Cristo, por meio da reta tradição e do Sagrado Magistério, guiando os sacramentos e a fé, e levando o povo a fazer parte dos mistérios celestiais, antegozo, na liturgia terrena.
8. Um papa que salvaguarda a tradição não é um papa que é uma cópia de seu antecessor.
É comum vermos, em nossa realidade habbiana, certos modelos papais, e é como se esses modelos tivessem de ser seguidos por todos os papas, chegando ao ponto de constatar antipapa, na boca de alguns bispos, o pobre papa que deseja ser um ministro atento aos sinais do seu tempo.
9. Um autêntico papa que salvaguarda a tradição é aquele que consegue dizer a verdade de diferentes formas, nunca a alterando, porém repassando-a de acordo com os sinais dos tempos [3].
10. Também é importante constatar que a função Petrina exige respeito e exerce Magistério mediante aqueles que ele preside.
Qualquer desrespeito ao Sumo Pontífice deve ser tomado a cabo de toda a Igreja, pois, quando se desrespeita o sinal de salvaguarda da fé, se perverte toda a estrutura eclesial e unitária.
11. O papa não pode anular um Concílio sem convocar outro.
Ele, como guarda da fé, deve zelar por aquilo que, tendo seu ministério presidindo, os seus irmãos bispos.
Ignorar isso é ignorar toda a história da Igreja.
12. Tendo, pois, observado o aspecto de guardião da fé, observemos bem agora o segundo aspecto do mesmo ministério, que se interliga com este.
II. Pedro, sinal de unidade.
13. Com a guarda da Fé, gera-se em Pedro uma figura de unidade, essa não meramente de palavras bonitas ou discursos longos, mas de atitudes que representem a autêntica submissão a ele, gerando assim laços de comunhão.
14. Os Bispos, obedientes ao sucessor de Pedro, unem-se perante a Sé de Roma, demonstrando assim sua comunhão.
Em Pedro, vê-se claramente a unidade de todos os carismas autênticos da Igreja, esses que devem ser autênticos para toda a comunidade eclesial, o povo de Deus [4].
Pervertendo-se o sinal de Pedro, perverte-se toda a unidade.
15. Por isso, para que evite toda e qualquer desordem em toda a comunidade eclesial, e salvaguarda da fé, excomungue-se toda e qualquer pessoa que venha a demonstrar desejo público, ou ato de destronamento [5].
16. Nenhuma comunidade seja considerada católica, se essa não tem plena comunhão e submissão ao Magistério de Pedro.
17. É triste observarmos bispos que se sentem sobre maiores, e pervertem toda a estrutura da comunidade, colocando suas opiniões eclesiais ou ideologias acima do Sucessor de Pedro.
18. O papa, sinal de unidade, mesmo falho, deve manter a Igreja firme nos caminhos do mundo, e, sempre atento aos sinais dos tempos, volto a dizer, não pode ser cópia de um antecessor, mas, aquele que demonstre ao mundo a verdade, sem alterá-la, porém, dizendo-lhe de acordo com os sinais dos tempos.
19. Excluam-se todos os tipos de “modelos papais”, tendo ciência de que cada tempo tem seu contexto histórico.
20. Os Bispos reunidos em conferência tenham sempre em suas decisões a obediência ao Sumo Pontífice e o bem comum, não obstante, nunca se desviando da Doutrina Católica, essa, por meio do Sagrado Magistério.
Conclusão.
21. Tudo o que aqui dispus, fruto de um estudo sobre o ministério petrino, seja seguido, mediante a necessidade atual de nossa Igreja.
Que a Virgem Maria e S. Pedro intercedam por nós, para permanecermos firmes ao Evangelho de Nosso Senhor.
Dado em Roma, junto a S. Pedro, aos 15 de abril do Ano Santo e Jubilar da Misericórdia de 2016, I de nosso Pontificado, por ocasião do aniversário de segundo mês do pontificado.
+ Ioannes Pp. I
Servum Servorum Dei
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Bibliografia.
[1] Retratações, S. Agostinho de Hipona.
[2] Catequeses, S. Inácio de Antioquia.
[3] Ecclesia de Eucharistia, S. João Paulo II.
[4] Evangelii Gaudium, Papa Francisco.
[5] Universi Dominicis Gregis, Papa Lucas II, por ocasião do Concílio Vaticano Mariano V.