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Carta Aberta Misericordiae Vultus

IACOBUS, EPISCOPUS
SERVUS SERVORUM DEI

A todos que esta CARTA ABERTA lerem ou tomarem ciência,
saúde, paz e bênção apostólica.

O Rosto da Misericórdia (Misericordiae Vultus) deve ser a face da Santa Mãe Igreja nas diversas situações que a rodeiam, pois o próprio filho de Deus, chagado e ferido, mesmo açoitado e duramente zombado, ainda suplicou, olhando ao céu, dizendo: "Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem.'' (Lc 23, 34). O duro momento que Cristo passou, nos ensina os santos, foi suportado pelo o amor e a misericórdia, sentimentos e ações que o próprio Deus esteve disposto a mostrar até onde Ele iria por nós: à cruz, um sinal de condenação para os judeus e, para nós cristãos, hodiernamente, sinal de salvação e redenção. O apostolado do Habbo Hotel, já no Concílio Vaticano VII pregava uma Igreja que soubesse de sua realidade, sua missão, e, principalmente, se comprometesse com a salvação das almas. Com o passar dos anos os atos foram ofuscando essa belíssima definição da Igreja, mostrando que ela se tornava, ainda, insuficiente para mostrar o grande ministério que exercemos no Habbo. Diz-se o Concílio de Jerusalém: ''a Igreja se manteve firme, mesmo que muitos membros se desviassem da missão inicial que era: sermos ''fiéis ao chamado de Jesus''. ''A Igreja edifica-se neste meio virtual pelo testemunho de cada um de nós. Ninguém pode professar a fé sozinho. Inclusive, rezamos no Credo: ''Credo in Ecclesiam'', Creio EM Igreja. A Igreja não faz parte das convicções particulares de ninguém, muito menos adequa-se aos gostos particulares de cada um. A Igreja é de Cristo'' (João Paulo VII, Predicate Evangelium - Cap. IV - 22).

Nesse caminho de firmeza da Igreja, de uma profunda reflexão da nossa missão e compreender acima de tudo que devemos fazer um trabalho puro, santo e diligente, somos impelidos também à praticar a reta justiça, não banalizando a misericórdia, mas também punindo, caso necessário, os infratores da pureza, da castidade e da moral.

"Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra o poder de perdoar os pecados: Levanta-te – disse ele ao paralítico –, toma a tua maca e volta para tua casa”. Levantou-se aquele homem e foi para sua casa. Vendo isso, a multidão encheu-se de medo e glorificou a Deus por ter dado tal poder aos homens. Partindo dali, Jesus viu um homem chamado Mateus, que estava sentado no posto do pagamento das taxas. Disse-lhe: “Se­gue-me”. O homem levantou-se e o seguiu. Como Jesus estivesse à mesa na casa desse homem, numerosos publicanos e pecadores vie­ram e sentaram-se com ele e seus discípulos. Vendo isso, os fariseus disseram aos discípulos: “Por que come vosso mestre com os publi­canos e com os pecadores?” Jesus, ouvindo isso, respondeu-lhes: “Não são os que estão bem que precisam de médico, mas sim os doentes. Ide e aprendei o que significam estas palavras: Eu quero a misericórdia e não o sacrifício (Os 6,6). Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores” (Mt 9, 6-13). 

O Cristo contempla, sobretudo, os pecadores e oprimidos, não só os sãos e fortes. Ainda que a debilidade na fé e nas ações mereça, após isso, a repreensão e admoestação (Ap 3, 15-18), não se deve de modo algum privar aqueles da misericórdia eterna de Deus e de sua Igreja. Bem diz o Senhor na Escritura, quando exorta: "Eu quero a misericórdia e não o sacrifício". De modo tal que também nós devemos seguir esta recomendação. Seja usada de misericórdia a fim de que proclame ao Pai, se demonstre a sua glória, assim como usou-se de misericórdia e graça para com o paralítico. Não há nada mais precioso que a comunhão e o amor de Deus em Cristo pela humanidade, pois que o Pai deu ao seu filho (Jo 3, 16) para que fôssemos conhecidos e tornados justiça de Deus (2 Cor 5, 21).

Tal situação remonta a parábola do Bom samaritano, em que narra à história de um homem que fora assaltado por ladrões e desovado na estrada de Jericó; muitos passaram, inclusive um sacerdote e um levita, e ninguém lhe prestou auxílio, o deixaram ferido, com fome, com sede, sem vestimentas, na estrada para que, com sorte, achasse alguém que tivesse misericórdia dele. Desse modo, aparece a figura do Samaritano que passava naquele local e viu o moribundo e, ''aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho; colocou-o sobre a sua própria montaria e levou-o a uma hospedaria e tratou dele'' (Lc 10, 34). Do mesmo modo é a Igreja com seus filhos atados ao pecado, muitos prometem curá-los, mas quando passam por eles tratam como impuros e indignos, mas a Igreja, como Esposa de Cristo, portadora da misericórdia do Deus Altíssimo, confere a eles o perdão e às virtudes necessárias para se reerguer.

Por conseguinte, há certo tempo a Igreja assistiu a punição de alguns de seus clérigos com as mais variadas penas. Na segunda-feira, Dom Tomás Von Klapperschlange, anteriormente Prefeito da Casa Pontifícia e Vigário Geral de Roma, fora excomungado ferendae sententiae pelo Tribunal da Rota Romana. Na terça-feira, Dom Idalécio Maria, Dom Mauro Capellari e o Padre Enrico Vittorio Lucca foram demitidos do Estado Clerical. Assim, uno-me em profunda oração em intenção pelos irmãos que durante este tempo passarão em recolhimento, esperando seu julgamento e, caso seja comprovado, a verdade virá à tona. Que a justiça seja feita.

Roguemos a nossa Senhora dos Anjos a proteção de todas as setas do maligno, e confiemos na ação dos santos arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael em extirpar de toda a Igreja qualquer ato ou prova contra a fé da Igreja: una, santa, católica e apostólica. Que o bom Deus possa nos conceder, sobretudo, uma Igreja misericordiosa e aberta à graça do Espírito Santo.

Dado e passado em Roma, junto a São Pedro, na III semana da Quaresma, aos dez dias do mês de março do Ano Jubilar de dois mil e vinte e um.

+ Iacobus, Pp.I
Servus Servorum Dei