Este site pertence a Igreja Católica do jogo virtual Habbo Hotel e tudo nele é fantasia. Não há ligação alguma com a Igreja Católica da vida real.

Pesquisar

Carta "De mea exsistentia" - de Sua Santidade, o Papa Bonifácio II

BONIFACIUS, EPISCOPUS,
SERVUS SERVORUM DEI

Aos meus irmãos na fé, aos amigos que se fizeram companheiros de jornada, aos filhos espirituais e a todos aqueles que, de algum modo, partilharam comigo os caminhos da missão, dedico estas palavras.

Rogo que cada um dos que as lerem encontre nelas um chamado à perseverança, à fidelidade e à esperança na promessa de vida eterna. Que o Espírito Santo, que é o sopro da missão, inspire a cada um continuar a obra que não é minha, mas d’Aquele que nos chamou desde o ventre e nos confiou a missão de proclamar o Reino.

A Ele, o Alfa e o Ômega, seja toda glória, honra e louvor, pelos séculos dos séculos. Amém.

I. Dos primórdios

Desde os primórdios de minha existência, reconheço que fui agraciado pela divina eleição do Altíssimo, cujo desígnio eterno me chamou, ainda no ventre materno, para o cumprimento de uma vocação sublime. Desde o ano do Senhor de 2017, dediquei-me, com fervor e espírito de abnegação, ao apostolado missionário em terras tão inéditas quanto desafiadoras: o vasto e multifacetado universo do Habbo Hotel.

A missão evangelizadora da Santa Igreja é, por excelência, a manifestação perene do amor do Senhor por toda a humanidade. Sua essência transcende as limitações do espaço e do tempo, alcançando as mais remotas e inusitadas paragens, onde se faz necessário o eco da Boa Nova. Tal como o profeta Isaías, sinto-me compelido a proclamar:

"Ouvi-me, ilhas, e escutai, vós, povos de longe: o Senhor me chamou desde o ventre, desde as entranhas de minha mãe fez menção do meu nome. E fez a minha boca como uma espada aguda, com a sombra da sua mão me cobriu; e me pôs como uma flecha limpa, e me escondeu na sua aljava; e me disse: Tu és meu servo" (Is 49, 1-3).

A este chamado divino, entreguei-me integralmente, consciente de que minha vida seria instrumento de sua vontade, minha voz um arauto de sua verdade e meu apostolado, uma flecha apontada rumo aos confins deste universo digital. Assim, perseverei, confiante de que, ainda em meio às limitações humanas, cumpri com zelo o mandato recebido daquele que me enviou.

II. Da Confiança no Senhor

À luz da eternidade e sob a misericordiosa condução do Senhor, que é princípio e fim de todas as coisas, dedico estas palavras como testemunho de minha fé inabalável e do zelo com que procurei servir à Igreja em sua missão de evangelizar, especialmente nos singulares tempos que vivi.

Confio plenamente na soberania divina, que tudo governa com sabedoria insondável, e reconheço que cada estação de nossa vida é permeada pela providência daquele que nos chamou desde o ventre materno. Os caminhos que percorri não foram traçados por minha própria força ou entendimento, mas pela graça daquele que faz “tudo formoso em seu tempo” (Ecl 3, 11).

A Igreja, como esposa de Cristo, é chamada a ser presença viva de Deus em todos os tempos e lugares, até mesmo nas realidades virtuais. Nossa missão no Habbo Hotel, que à primeira vista poderia parecer inusitada, revelou-se uma extensão necessária e frutífera do mandato que Cristo nos deu: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16, 15).

Este espaço digital, tantas vezes negligenciado, tornou-se um verdadeiro campo missionário onde as almas puderam encontrar abrigo, orientação e, sobretudo, a manifestação do amor divino. Nesse sentido, testemunhei com humildade a realização de incontáveis momentos de graça: corações foram restaurados, mentes foram iluminadas, e vidas foram transformadas.

Contudo, seria ingênuo supor que a missão se deu sem obstáculos. A semeadura no campo virtual encontrou, por vezes, terras áridas e ventos contrários. Contudo, aprendi a confiar nas palavras do Eclesiastes, que nos recordam: “Há tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou” (Ecl 3, 2). Mesmo nas adversidades, sabia que o trabalho ali realizado não era vão, pois tudo aquilo que é feito em nome do Senhor permanece para sempre.

Em minha jornada, observei como a Igreja, corpo místico de Cristo, experimenta diferentes épocas, cada uma marcada por desafios específicos e por renovadas oportunidades de testemunhar a fé. No Habbo Hotel, vivemos momentos de crescimento vibrante, quando multidões acorriam ao chamado do Evangelho, assim como períodos de retração, em que a chama parecia diminuir. Em cada uma dessas estações, o Senhor nos provou e moldou, chamando-nos a perseverar e a confiar.

Estas experiências revelaram-me uma verdade fundamental: o chamado de Deus não é uniforme, mas dinâmico. Ele se renova a cada geração, exigindo de nós disposição para ouvir, discernir e responder. Assim como houve tempos para edificar e tempos para restaurar, também houve tempos para chorar e tempos para rir, tempos para guardar e tempos para lançar fora (cf. Ecl 3, 3-6).

Se há uma lição que levo como legado espiritual, é a de que cada um de nós, como discípulos, deve estar sempre atento à voz do Senhor. Ele nos chama, não segundo nossos desejos ou planos, mas conforme Suas próprias intenções, que transcendem o entendimento humano. Estar disposto a ouvir é a chave para viver plenamente a vocação cristã.

Recordo as palavras de São Bento: “Escuta, ó filho, os preceitos do Mestre, e inclina o ouvido de teu coração”. Que possamos todos, como Igreja, abrir nossos corações para acolher os desígnios divinos, mesmo quando eles nos conduzem a caminhos inesperados.

Ao concluir minha missão neste mundo, não guardo outra certeza senão a de que procurei servir fielmente ao Senhor e à Sua Igreja. O trabalho realizado no Habbo Hotel não pertence a mim, mas Àquele que me enviou. Minha única glória é ter sido um humilde servo em Sua vinha, ciente de que “o que é, já foi; e o que há de ser, também já foi; e Deus pede conta do que passou” (Ecl 3, 15).

Deixo este testamento como um convite e um encorajamento aos que virão: não temam os desafios dos novos tempos. Sejam sensíveis aos clamores do Senhor, que continua a chamar Seus servos para obras sempre renovadas. A messe é grande, e o campo de trabalho se estende para além do visível. Que vossos corações permaneçam abertos, vossa fé inabalável e vossa esperança firmada na eternidade.

III. Da Travessia

Ao contemplar a transitoriedade da existência humana e a certeza da eternidade, deixo-vos estas palavras não como um adeus, mas como uma celebração da vida que, em Cristo, jamais se extingue. A morte, que tantos temem e evitam mencionar, não é senão uma travessia, um passo necessário para aquele que almeja a união definitiva com o Criador.

Inspirado pelas palavras sublimes de Santo Agostinho, convido-vos a olhar para a morte não como uma ruptura, mas como a continuidade do fio que liga o finito ao infinito, a criatura ao seu Criador. O que sou para vós, continuarei sendo; o amor, os sorrisos, as memórias que partilhamos não se perderão, pois estão gravados no tecido eterno do tempo.

Não quero que meu nome seja pronunciado com pesar ou solenidade excessiva. Que ele ressoe em vossos lábios com a mesma leveza e familiaridade de outrora, como um amigo que, embora ausente aos olhos, permanece presente no coração. Que possais rir das lembranças felizes que compartilhamos e encontrar conforto na certeza de que estas não se apagam.

O mundo que habitei com vós continua repleto de beleza, um reflexo da bondade divina. E eu, agora, habito na plenitude do Criador, aguardando o momento em que todos estaremos reunidos novamente. O fio que nos une não foi cortado; foi apenas estendido para além da visão imediata.

Portanto, não vos entristeçais como aqueles que não têm esperança. Antes, vivei plenamente, celebrando o dom da vida que ainda vos é concedido. Rezem por mim, como eu o farei por vós, para que juntos possamos um dia compartilhar da bem-aventurança eterna.

Que a alegria de saber que a vida continua, “linda e bela como sempre foi”, vos inspire a seguir em frente, a amar mais profundamente e a viver com a consciência de que o Criador nos chama, sempre, à comunhão perfeita em Seu amor infinito.


IV. Da Fraternidade

Entre os mais sublimes dons que o Altíssimo me agraciou ao longo desta existência transitória, destaco a graça incomparável da fraternidade, que se revelou como um reflexo visível da comunhão divina e um manancial de ânimo em minha jornada terrena. Em cada encontro e partilha, reconheci a manifestação da Providência, que nos chama a amar mutuamente, como irmãos no mesmo corpo místico de Cristo.

Neste testamento, permito-me oferecer minha mais profunda gratidão àqueles que, como anjos enviados pelo Senhor, estiveram ao meu lado, partilhando das tribulações e das glórias deste caminho. Cito com especial deferência Jorge Snaif, Vito Lavezzo, Daniel Stramantino, Raul Damasceno e Giuseppe Betori, homens que se tornaram como irmãos de alma e a quem devoto uma altíssima estima. Suas vidas entrelaçaram-se à minha como elos de uma corrente inquebrantável de amizade e cooperação em prol da edificação do Reino de Deus.

Aos filhos espirituais, cuja orientação e formação me foram confiadas, expresso meu paternal afeto e reconhecimento. A todos reservo imensa estima, mas permito-me mencionar aqueles que, por sua dedicação e amor filial, marcaram indelevelmente minha trajetória: Wesley Médici, Sieger Maria, Erlei Forgione, Anthony Fernando, Everton Andrade, Darllan Médici, Nadson Médici, Júnior Assis Médici, Breno Alves, Vito Oliveira, Eder Silva, Laionel Costa, Gabriel Médici, Isac Médici, Vinicius Médici, Antônio Keller, Alef Rocha, Lucas Beni, Gregório Michels e Felipe Santos.

Esses nomes não ofuscam, de modo algum, o carinho e a consideração que nutro por tantos outros, não citados aqui, mas que são igualmente queridos e preciosos. A todos, sem exceção, levo comigo na eternidade o sentimento fraternal e paternal que se edificou em cada missão compartilhada, em cada palavra ensinada e, sobretudo, nos aprendizados mútuos que transformaram nossas vidas em dádivas recíprocas.

As Escrituras ensinam-nos que “o amigo ama em todos os momentos; é um irmão na adversidade” (Pv 17, 17) e que “os filhos são herança do Senhor, uma recompensa que Ele dá” (Sl 127, 3). Inspirado por essas verdades eternas, entrego este reconhecimento como testemunho do quanto valorizei cada laço construído sob a égide da fé e da confiança no Senhor.

Rogo a todos que permaneçam firmes no amor fraternal, dedicando-se uns aos outros com a mesma ternura e honra com que fomos chamados a viver. Que as sementes plantadas nesta vida floresçam abundantemente e sejam regadas pela graça divina, para que, ao final de todas as coisas, possamos nos reencontrar no banquete celestial, como irmãos unidos pelo laço indissolúvel do amor de Cristo.

V. Do Testamento Material

Consciente da transitoriedade dos bens materiais e imbuído da certeza de que a verdadeira riqueza reside nos tesouros celestiais, determino, por esta disposição, que todos os bens e posses que porventura estejam sob minha titularidade sejam administrados, com zelo e integridade, por meus diletos amigos e irmãos em Cristo: Jorge Snaif, Daniel Stramantino, Vito Lavezzo e Raul Damasceno.

Estes homens, cuja honra, fidelidade e devoção jamais se fizeram duvidar, não deverão, sob hipótese alguma, utilizar-se dos bens confiados para proveito pessoal, tampouco aliená-los, transferi-los ou recolhê-los em benefício próprio. Seu encargo é, antes, o de guardiões e cuidadores, incumbidos de assegurar que os recursos a mim confiados sigam dedicados exclusivamente ao bem maior da Igreja e ao cumprimento da missão evangelizadora, para a maior glória de Deus.

Encontro inspiração nesta disposição nas palavras do Divino Mestre, que nos exortou: “Não acumuleis para vós tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e furtam. Acumulai, porém, para vós, tesouros no céu, onde a traça e a ferrugem não destroem, e onde os ladrões não arrombam nem furtam. Pois onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (Mt 6, 19-21).

Este testamento material, portanto, não representa a busca por legado mundano ou a perpetuação de minha memória por meio de bens terrenos, mas tão somente o desejo de que aquilo que me foi confiado temporariamente encontre sua finalidade última no serviço a Deus e à Igreja.

Que os fiéis depositários a quem confio esta missão tenham sempre presente que nenhum homem pode servir a dois senhores, e que a dedicação exclusiva ao Senhor requer desprendimento e retidão de propósito. Rogo ao Altíssimo que os ilumine com sabedoria e discernimento, para que sejam dignos administradores destes recursos, convertendo-os em instrumentos de fé, caridade e esperança. Tudo o que possuímos, na verdade, pertence a Deus, de quem recebemos todas as dádivas, e a quem devemos devolver tudo multiplicado em frutos espirituais. Que assim seja feito, sob a égide de Sua divina vontade.

VI. Das Últimas Considerações

Ao fim desta peregrinação terrena, onde a fragilidade humana foi constantemente amparada pela graça divina, permito-me traçar as últimas linhas deste testamento, com a alma enlevada em louvor e gratidão ao Senhor, que dignou-se operar por meio deste servo tão insuficiente. Reconheço que a missão que me foi confiada pela Igreja é maior do que qualquer mérito pessoal, sendo fruto exclusivo da infinita misericórdia e do amor de Deus.

Assim, rogo àqueles que me sucederem o compromisso inabalável com a preservação da missão confiada à Igreja, para que ela continue a ser luz entre os povos e consolo para os aflitos. Que nunca se perca de vista a sublime tarefa de proclamar o Evangelho e de ser sinal vivo do Reino de Deus, mesmo em face das mais árduas adversidades.

Como um último ato de reconhecimento, concedo ao estimado Bispo Sieger Maria o título de Arcebispo Titular, honrando seus anos de incansável serviço à Igreja e sua dedicação inquestionável à missão do Senhor. Que este título sirva não como honraria vã, mas como testemunho de sua fidelidade ao ministério que lhe foi confiado.

Além disso, em espírito de reparação e justiça, torno pública a reintegração de Erlei Forgione, que em meu íntimo sempre considerei cardeal. Reconheço, diante de Deus e da Igreja, o contínuo serviço de Erlei e sua filial estima, que jamais esmoreceu, mesmo diante das provações. Que sua reintegração seja um sinal de renovação e de unidade, refletindo o caráter reconciliador do Evangelho que nos foi entregue.

Ecoo, com profunda reverência, o Cântico de Simeão: “Deixai, agora, vosso servo ir em paz, conforme prometestes, ó Senhor. Pois meus olhos viram vossa salvação que preparastes ante a face das nações: uma luz que brilhará para os gentios e para a glória de Israel, o vosso povo.” (Lc 2, 29-32). E, em oração derradeira, entrego minha alma à proteção divina, invocando as palavras sagradas: "Alma de Cristo, santificai-me. Corpo de Cristo, salvai-me. Sangue de Cristo, inebriai-me. Água do lado de Cristo, lavai-me. Paixão de Cristo, confortai-me. Ó bom Jesus, ouvi-me. Dentro das Vossas chagas, escondei-me. Não permitais que eu me separe de Vós. Do inimigo maligno defendei-me. Na hora da minha morte, chamai-me. Mandai-me ir para Vós, para que Vos louve com os Vossos Santos pelos séculos dos séculos. Amém.”

Roma, junto a São Pedro, aos dezoito dias do mês de janeiro de dois mil e vinte e cinco, no Ano Jubilar, segundo de Nosso pontificado.

Pontifex Maximus