CARTA ENCÍCLICA
OBEDIENTIA ET PAX
DE SUA SANTIDADE
PAPA BENTO V
AOS IRMÃOS CARDEAIS,
ARCEBISPOS, BISPOS,
AOS PRESBÍTEROS E DIÁCONOS,
AOS HOMENS E MULHERES DE PAZ
DE TODO O ORBE CATÓLICO DO HABBO
SOBRE A OBEDIÊNCIA E A PAZ NA IGREJA
E COMO VIVÊ-LAS CORRETAMENTE.
INTRODUÇÃO
Da ideia principal
1. ''OBEDIENTIA ET PAX'' (Obediência e paz) foi o convite de Sua Santidade, o Papa São João XXIII, ao dar início o seu ofício de Romano Pontífice em 28 de outubro de 1958. Assim, eu, ao assumir o ofício de Pontífice da Igreja presente no Habbo Hotel, quis transmitir o ''serviço da pregação da Palavra de Deus, bem como do âmbito pastoral, (que acarreta) os fiéis leigos e clérigos (a) uma experiência pastoral'' [1] que realizamos neste espaço virtual. Do mesmo modo, quis que o real significado da obediência transbordasse no clero, em que muitas vezes tende a ir pelo caminho do individualismo, distanciando-se, portanto, da paz.
A Natureza da Paz e da Obediência
2. A obediência, que é proveniente da concessão divina às autoridades que o próprio Senhor constituiu sobre à terra; a paz, aquela mesma paz que Cristo irradiou sob o madeiro da Cruz em Sua Igreja, dando-a o mistério do Seu infinito amor e à assistência do Espírito Consolador, são um sustentáculo, unidos a oração e a caridade, da vida de um cristão.
3. "Glória a Deus no mais alto dos céus e na terra paz aos homens" (Lc. 2,14). Aclamavam todos os anjos aos homens de boa-vontade com a vinda do Cristo Salvador, o Príncipe da Paz, Aquele que restauraria nossas almas e nos transformaria em dignos servos e autores da paz na Terra. Deste modo, o Filho de Deus ao tomar a natureza humana quis que procuremos à perfeição da alma, para que, um dia, cheguemos a plenitude de Sua glória. Para tal, na vivência da caminhada espiritual rumo ao céu, ganhamos o belíssimo exemplo da comunhão com os irmãos e irmãs que labutam nesta mesma estrada, isto é, a Fraternidade, um dom e compromisso de todos os cristãos.
Da Fraternidade e seus frutos
4. Contudo, essa fraternidade é desmistificada pela falta de amor que alguns têm pela Igreja. Essa falta de fraternidade gera a não observância da caridade, se tornando num ser perpetrado pelo orgulho, se afastando dos seus ministros ordinários. Ademais, ''não há autoridade que não venha de Deus; as que existem foram instituídas por Deus" (Rm. 13,1). Deste modo, ''a obediência é, portanto, o único caminho de que dispõe a pessoa humana – ser inteligente e livre – para realizar-se plenamente. Quando se diz “não” a Deus, a pessoa humana compromete o projeto divino e diminui-se a si mesma, destinando-se ao fracasso'' [2].
I CAPÍTULO
FRATERNIDADE E UNIDADE
Fraternidade na vida da Igreja como laço de unidade
5. "Vós, porém, sois uma raça escolhida, um sacerdócio régio, uma nação santa, um povo adquirido para Deus, a fim de que publiqueis as virtudes daquele que das trevas vos chamou à sua luz maravilhosa.'' (2Pd. 1,9). Unidos fazemos parte do Corpo Místico de Cristo, Sua Igreja (1Cor. 12,12), e nesse Corpo comungamos da fonte da ''verdade e da vida'' (Jo. 14,6), o próprio Senhor vivo e ressuscitado na espécie do pão e do vinho. A eucaristia se torna a fraternidade em meio as guerras, os conflitos, a falta de obediência, pois ''a parte mais consciente da própria unidade, não pode levar a cabo a tarefa que lhe incumbe de construir um mundo mais humano para todos os homens, a não ser que todos se orientem com espírito renovado à verdadeira paz'' [3].
6. Tal fraternidade, que é gerada no meio da Igreja, é chamada a ser o impulso da fé e da caridade no meio do clero, para que assim nos assemelhemos ao Mestre que ''testemunhou com a sua vida terrena e sobretudo com a sua morte e ressurreição, a força propulsora principal para o verdadeiro desenvolvimento de cada pessoa e da humanidade inteira'' [4]. Os filhos eleitos do Altíssimo, que são chamados a ser ''luz a todos os povos'' [5] devem, a partir da busca incessante pelas virtudes, instigar a todos no caminho da ''força extraordinária, que impele as pessoas a comprometerem-se, com coragem e generosidade, no campo da justiça e da paz'' [6].
7. No século IV, nos anos em que envolviam o Concílio de Niceia, a Igreja se preparava para definir suas principais doutrinas e organizar suas leis. Consequentemente, após o Concílio a Igreja se estruturou e formou sua hierarquia [7]. A formulação dessa hierarquia serviu para crescer a ''fé em Deus, que criou o universo, as criaturas e todos os seres humanos'' [8], pois se Cristo fundou a Mãe Igreja, Ele mostraria, por meio dela, à sua diversidade de dons (1Cor. 12,1-13), carismas e a complexidade de Sua estrutura, como no céu, em que há diversas moradas (Jo. 14, 1-2).
Fraternidade com os irmãos e unidade pelo batismo
8. ''Em nome de Deus, que criou todos os seres humanos iguais nos direitos, nos deveres e na dignidade e os chamou a conviver entre si como irmãos, a povoar a terra e a espalhar sobre ela os valores do bem, da caridade e da paz'' [9] somos incorporados, pela paz e a unidade, ao professarmos uma só fé e um só batismo, na vivência como irmãos e irmãs reunidos no Cristo. Nesta fraternidade somos irmãos incorporados, ''pois o próprio Filho encarnado, príncipe da paz, reconciliou com Deus, pela cruz, todos os homens; restabelecendo a unidade de todos num só povo e num só corpo, extinguiu o ódio e, exaltado na ressurreição, derramou nos corações o Espírito de amor'' [10].
9. ''Em nome da 'fraternidade humana', que abraça todos os homens, une-os e torna-os iguais'' [11] nos tornamos irmãos pelo Espírito que adentra em nosso peito por meio do Santo Batismo. ''Pelo Batismo (começamos) a fazer parte da Comunidade-Igreja, (nossa) nova família'' [12]. Nessa família nos tornamos irmãos e comungamos da fonte da Verdade, que é Cristo, nosso Senhor. ''Essa é uma característica dos santos: cultivam a amizade, porque é uma das manifestações mais nobres do coração humano e tem em si algo de divino, como (Santo) Tomás mesmo explicou em algumas “quaestiones da Summa Theologiae”, na qual ele escreve: ''A caridade é a amizade do homem com Deus em primeiro lugar, e com os seres que a Ele pertencem''. Por fim, preserve-se, também, o exercício da caridade, nossa maior fonte de integridade e bem estar'' [13].
CAPÍTULO II
A PAZ COMO PRINCÍPIO HUMANO E CRISTÃO
A paz cristã no século XXI
10. Ser cristão é além de viver sua fé sozinho, é atravessar barreiras impostas pelo mundo e mostrar uma causa incompreendida por todos [14]. O ser cristão é diário, pois desfrutamos da paz, da caridade e da comunhão com os irmãos, é o seguimento de Cristo, Ele que é ''o caminho, a verdade e a vida'' (Jo. 14,6). Como autênticos difusores da fé, da esperança e das demais virtudes, tornamo-nos, de uma maneira real, príncipes da Paz na sociedade dilacerada pela cultura da morte e do pecado.
11. A paz, por vezes, não se torna ausente apenas pela guerra ou por outros conflitos, mas pela inquietação da alma. A paz na Igreja, na terra, nos céus, que outrora os anjos e homens de boa vontade cantaram, se torna, para muitos, inquietação por sua desordem espiritual. ''A paz é um bem precioso, objeto da nossa esperança; por ela aspira toda a humanidade'' [15]. Em nosso século, podemos presenciar a confusão de diversas pessoas, tanto pelo lado teológico, quanto pelos problemas psíquicos e espirituais. A sociedade cada vez mais vai se afogando em suas próprias dores, em seus pensamentos individualistas [16], em suas causas pessoais e perdendo-se de serem, realmente, difusores da paz. A falta de paz ressoa nos tempos atuais. No clero, pelo menos em suas redes sociais, podemos ver a presença de diversas fake news, brigas e escândalos envolvendo clérigos, que no fim, foram vítimas de fotos manipuladas ou de assuntos retirados fora de contexto. A Mãe Igreja padece e clama por paz. A paz no clero, nas paróquias, nas comunidades, nas redes sociais, em todos os lugares, nunca foi tão necessária, todavia, confiamos na ''missão do Espírito Santo (que) é gerar harmonia – Ele mesmo é harmonia – e realizar a paz nos vários contextos e entre os diferentes sujeitos'' [17].
Imagem de semelhança do Pai
12. ''Deus criou o homem à Sua imagem, criou-o à imagem de Deus; Ele os criou homem e mulher'' (Gn 1,27). Por ser criado à imagem de Deus, o indivíduo possui a dignidade de pessoa; não é só algo, mas alguém, capaz de se conhecer, de se possuir e de livremente se dar e de entrar em comunhão com outras pessoas'' [18]. Pela interiorização do ser, isto é, o ato de canalizar dentro de si, o ser humano encontra sua identidade como filho do Altíssimo, chamado a ser como Ele e, na medida das concessões divinas, chegar à revelação de Cristo [19].
A Paz como dom e missão
13. A paz que pacifica as relações humanas e as transforma na solidariedade mútua, aliada ao compromisso da ação da justiça e misericórdia com todos, é sinal do dom de Deus que é disperso sobre todos os filhos amados. Cristo amou tanto a humanidade que não se contentou e transformou a paz em uma característica da ação divina, que se manifesta ''tanto na criação de um universo ordenado e harmonioso como também na redenção da história humana necessitada de ser recuperada da desordem do pecado'' [20].
14. Assim, o dom de Deus presente nessa harmonia divina é transformado em missão, para que todos os filhos de Deus possam testemunha-lo em toda Sua magnificência, poder e glória presente no Santo Evangelho. ''Mas eles não podiam acreditar, porque estavam muito alegres”, ainda e estavam repletos de surpresa, a alegria os impedia de acreditar. Era tamanha aquela alegria que “não, isso não pode ser verdade. Essa alegria não é real, é demasiada alegria”. E isso os impedia de acreditar: a alegria. Os momentos de grande alegria. Estavam repletos de alegria, mas paralisados pela alegria '' [21]. O Papa Francisco, em sua homilia de abril de 2020, expressou a felicidade dos apóstolos ao receberam a visita de Jesus Ressuscitado e d’Ele receberem a missão do ''Ide pelo mundo e a todos pregai o evangelho''. A alegria da missão, a paz de seguir e servir ao Criador, é além das nossas forças, o Senhor acaba vencendo nossas inquietações, nossas tristezas e nos prepara para espalhar pelo mundo o testemunho da amizade cristã.
CAPÍTULO III
A OBEDIÊNCIA COMO DOM DE DEUS
Obediência e serviço ao Senhor
15. ''Escuta, filho'' (Pr. 1,8). A obediência é um gesto de louvor a Cristo por meio de seus pastores, ou seja, um ato filial de encontro no Senhor que se entrega totalmente por nós. Na parábola do filho pródigo, contada por Cristo e narrada por São Lucas (15, 11-32), o filho mais novo de um homem resolve desobedecer a sua família e sair de casa; caindo no mundo, nas farras, no prazer mundano, retorna sem paz na alma e com a moral manchada. O pai, aquele que o criou e deu todo amor, teve misericórdia dele e perdoou. Com um amor filial ao seu pai o filho não o desobedeceria, mas, de outro modo, o pai se não fosse obediente a Deus que nos pede para amar e perdoar a todos, o filho jamais conseguiria o perdão.
16. ''A obediência a Deus é caminho de crescimento e, por isso mesmo, de liberdade da pessoa, uma vez que permite acolher um projeto ou uma vontade diferente da própria que não só não mortifica ou diminui, mas que funda os alicerces da dignidade humana '' [22]. A liberdade, não sendo confundida com a libertinagem, é um tipo de obediência concreta no Senhor, pois quando nos dispomos e fazemos a vontade do Pai nos tornarmos seres livres, compromissados com a missão de ''fazer o bem, alegrar, tornar feliz e conduzir ao céu '' [23] a cada pessoa em nosso caminho. ''É claro que, una tal obediência exige de reconhecer-se como filho e de alegrar-se em ser filho, posto que somente um filho e uma filha podem entregar-se livremente nas mãos do Pai, exatamente como o Filho Jesus, que se abandonou nas mãos do Pai '' [24].
Da obediência difundida pelo povo
17. "O Senhor disse a Moisés: “Escreve estas palavras, pois são elas a base da aliança que faço contigo e com Israel”. Moisés ficou junto do Senhor quarenta dias e quarenta noites, sem comer pão nem beber água. E o Senhor escreveu nas tábuas o texto da aliança, as dez palavras. Moisés desceu do monte Sinai, tendo nas mãos as duas tábuas da lei. Descendo do monte, Moisés não sabia que a pele de seu rosto se tornara brilhante, durante a sua conversa com o Senhor. E, tendo-o visto Aarão e todos os israelitas, notaram que a pele de seu rosto se tornara brilhante e não ousaram aproximar-se dele. Mas ele os chamou, e Aarão com todos os chefes da assembleia voltaram para junto dele, e ele se entreteve com eles. Aproximaram-se, em seguida, todos os israelitas, a quem ele transmitiu as ordens que tinha recebido do Senhor, no monte Sinai'' (Ex. 27-32). Moisés ao subir o Monte Sinai por obediência ao Senhor foi uma prova clara do temor do povo e ação do Espírito Santo no antigo testamento. A obediência à santa palavra do Pai, às suas obras feitas com perfeição, é sinal da eficácia das leis d’Ele e de como ela é difundida. O próprio ''Filho Jesus, [...] se abandonou nas mãos do Pai '' [25], mostrando, assim, o chamado a todo o povo: ''Ouve, Israel'' (Dt. 6,4).
A obediência transformadora
18. ''O meu verdadeiro programa de governo é de não fazer a minha vontade, não perseguir as minhas ideias, mas pondo-me, contudo, à escuta, com a Igreja inteira, da palavra e da vontade do Senhor e deixar-me guiar por Ele, de forma que seja Ele mesmo quem guia a Igreja nesta hora da nossa história'' [26]. O Papa Bento XVI, na homilia da sua missa de início do ministério petrino, dá-nos o exemplo de obediência ao Senhor. A obediência não é uma virtude que se ganha do nada, pelo contrário, ela é adquirida na vivência diária, no esforço e na oração em busca por humildade. O maior exemplo ao povo cristão vem dos seus ministros, pois eles devem ser exemplo de submissão ao Pai; entretanto, não uma submissão que se tome a libertinagem em horários vagos, mas uma submissão que seja livre, como falei no ponto 15 deste capítulo. Uma submissão e uma obediência sincera, que nunca pense que está perto de Deus em um momento e no outro está se escondendo d’Ele, pois não está.
Da autoridade
19. A autoridade dada pelo Senhor aos seus ministros (cf. Rm. 13,1) é uma obra de amor, pois é lá que nasce o pastoreio, o dom espiritual e apostólico da Santa Igreja. O homem ou em alguns casos a mulher, são eleitos para o benefício do povo, para o bem-estar mútuo [27]. Sua autoridade deve ser empregada à unidade da comunidade da porção de Deus presente nas circunscrições eclesiásticas, sempre favorecendo a caridade e a vida de oração. ''É chamada, além disso, a vigiar para que, a começar por sua pessoa, não se arrefeça o contato diário com a Palavra que ''tem poder para edificar'' (At. 20, 32) cada uma das pessoas e a comunidade, e para indicar os caminhos da missão. Lembrando-se do mandato do Senhor ''fazei isto em memória de mim'' (Lc. 22,19), procurará que o santo mistério do Corpo e do Sangue de Cristo seja celebrado e venerado como “fonte e cume” da comunhão com Deus e entre os irmãos e irmãs'' [28].
CAPÍTULO IV
A VIVÊNCIA DA PAZ E DA OBEDIÊNCIA NO HABBO HOTEL
Cristo nos exorta a missão da obediência
20. ''Vinde após mim e vos farei pescadores de homens'' (Mt. 4,19). É uma imensa caridade resgatar, ''pescar'', e ajudar os irmãos que ainda não tiveram seu encontro pessoal com Cristo; mas, sobretudo, é uma imensa humildade largar tudo para seguir o Salvador. Com toda certeza os primeiros apóstolos convidados pelo Mestre Divino não hesitaram em seguir o Senhor, pois como está escrito: ''na mesma hora abandonaram suas redes e o seguiram'' (Mt. 4,20). É fascinante saber que eles deixaram tudo e o seguiram “imediatamente”, palavras que se repetem em ambos os casos, em que nos exorta que não podemos negar a Cristo quando queremos. Ele nos chama não porque sejamos homens e mulheres desimpedidos de tarefas, de planos e ocupações. O nosso trabalho, a nossa profissão, a rotina da nossa vida não é impedimento para que sigamos a Jesus e vivamos os Seus ensinamentos. Apenas uma relação de obediência em que acreditamos fielmente que a verdadeira liberdade só é encontrada com o Senhor, que entendemos o chamado: ''Vinde após mim" (Mt. 4, 19).
21. ''O espírito de humildade, iluminado pela fé, dispõe a alma à imolação da vontade por meio da obediência. O próprio Cristo, na sociedade por ele fundada, estabeleceu uma autoridade legítima, que é uma continuação da sua. Quem, portanto, obedece aos superiores, obedece ao próprio Redentor'' [29]. Cristo constituiu, sob ação do Espírito Santo, a graça do sacramento da Ordem, conferindo-lhe a unção do Pai Eterno em Seus ministros. Deste modo, o Pai deu aos homens que gozam da graça sacramental da Ordem o ministério santo e eterno do Seu filho Unigênito em que eles, ''orando e trabalhando pelo povo, espalham multiforme e abundantemente plenitude da santidade de Cristo'' [30].
Dos bispos
22. ''Os bispos, constituídos pelo Espírito Santo, sucedem nosso fundador que foi o primeiro dentre os apóstolos nesta realidade habbiana, que inspirado pelo Paráclito, é aquele do qual em nossa realidade virtual emana o múnus apostólico e juntamente com o Sumo Pontífice e sob sua autoridade, foram escolhidos e enviados para continuar a obra do Senhor. Cristo deu ao Colégio Apostólico o mandato e o poder de ‘’ensinar todas as gentes, de santificar os homens na verdade e de apascentá-los. Por isso, foram os Bispos constituídos, pelo Espírito Santo que lhes foi dado, verdadeiros e autênticos mestres, pontífices e pastores’’ [31]. Há quase quinze (15) anos habitamos o Habbo Hotel. Muitas pessoas foram alcançadas por este apostolado que tem por missão ''evangelizar, sendo chamada ao serviço da pregação da Palavra de Deus, bem como do âmbito pastoral, acarretando os fiéis leigos e clérigos uma experiência pastoral, o exercício do sacerdócio régio, o nosso sacerdócio batismal'' [32]. O colégio apostólico que procede de Gregório XVII e de seus sucessores tem por missão garantir a continuidade da Igreja, sendo ordenando novos presbíteros e diáconos, seja dedicando novas igrejas, seja conferindo ao povo de Deus os sacramentos. Enfim, como outrora tratamos, a Igreja distribui a paz proveniente do Deus Altíssimo através de seus sacramentos e ensinamentos que auxiliam todos a seguirem uma reta estrada.
Dos padres e diáconos
23. A grande missão dos sacerdotes e diáconos é também difundir a paz em seu povo, mas também é ser ''um pastor que, estando próximo do rebanho, deve ter o cheiro delas, que deve estar no meio dos fiéis, onde deve se identificar, servir como exemplo de perseverança, amor, fé e caridade'' [33]. No Habbo nossa tarefa é muito grande, pois possuímos a responsabilidade de representar, de modo figurativo, a Igreja da realidade. Por este motivo, por ignorância de algumas pessoas, a Santa Igreja pode ser responsabilizada por nossos maus hábitos. Assim, devemos ter consciência da nossa missão, fazendo de tudo para não mancha-la, sendo autênticos difusores da paz de Cristo Jesus.
Dos leigos
24. A missão e tarefa dos leigos no espaço virtual do Habbo já foram muito bem tratadas no I e II Sínodo dos Leigos acontecido em Roma, como também na I Assembleia dos Leigos. A Santa Igreja desde o ano de 2018 tenta adentrar nesse assunto, sempre buscando meios para introduzi-los em nossa Igreja. ''A priori, a Santa Mãe Igreja vive os mais diversos tempos, sejam eles árduos, como quando ela crava a sementa na terra, fartos no ciclo ceifeiro ou pungentes como os períodos de escassez e fome'' [34]. Vivemos hoje um florescer da Santa Igreja, que se mantém longe de brigas nas redes sociais e que tenta ir além de discussões, que pratica sua função: buscar almas para Deus. A função do leigo nunca foi tão necessária como hoje, precisamos de pessoas determinadas a se consagrar ao Senhor sem precisar ser padres ou freiras, mas que se dediquem ao compromisso da partilha. Ao trabalharmos em prol da Igreja, em prol da justiça e da paz na humanidade, seremos sim compromissados com o serviço do Reino de Deus.
CONCLUSÃO
25. Devemos ser Igreja anunciadora e peregrina sobre a terra, sempre favorecendo os laços de unidade, paz e obediência. O Concílio Vaticano VII, em conjunto com o Concílio Hierosolimitano, realizou um belíssimo trabalho ao abordar e retomar as temáticas sobre fraternidade e à natureza da Igreja presente no Habbo Hotel, pois desmistificaram a banalização da Igreja, em que muitos quiseram separá-la da realidade, fazendo dela uma completa fuga das regras, da liberdade cristã, induzindo todos a buscar uma liberdade que fuja da paz, uma liberdade que seja semelhante à libertinagem, o aposto do bem comum.
26. Nesta encíclica foi procurado ouvir o apelo por Paz e Unidade, como também o seu fruto: a obediência, que tanto foi matéria de discussões, desde os trabalhos conciliares de Latrão, como da I Assembleia dos Leigos, sendo abordado no Sínodo dos Leigos, e chegado até nós após rebeliões cismáticas, que não reconheciam a difusão do poder de Deus no meio de seus ministros constituídos. Deste modo, promovendo a paz e a obediência à Mãe Igreja, sendo fiéis ao testemunho dos santos e santos e do próprio Cristo, ''serão (todos) chamados filhos de Deus'' (Mt. 5,9).
27. Por fim, rogo a Bem-aventura e sempre Virgem Maria, a Mãe do Filho de Deus, que nos 33 anos de vida de Nosso Senhor Jesus Cristo soube tão bem cuidar d’Ele e, naquele meio de seguimento, nunca se desviou, pelo contrário, sempre se dispôs como submissa ao Senhor. Rogamos a vós, ó Maria, que por sua vida doada ao serviço de seu Filho, à Igreja, nossa Mãe sobre a terra, possa ser guardada por seu amor e iluminada pela ação do Espírito Divino.
ORAÇÃO DA UNIDADE
Senhor, tu queres que teus filhos sejam um em Ti, nós te pedimos pela unidade da tua Igreja.
Livra-nos de considerar como normal aquilo que é um escândalo para o mundo e uma ofensa ao teu amor.
Livra-nos de todas as nossas estreitezas, rancores e de nossos julgamentos.
Dá-nos a graça de reconhecer os teus dons em todos os teus filhos.
Reúne teu povo disperso sob a autoridade de seu único Filho a fim de que o mundo te conheça e saiba que apenas tu és o verdadeiro Deus e que teu Filho único é teu enviado.
Tu, Senhor, que escolheste como teu servo o Papa Francisco, em nossa realidade virtual o Papa Bento V, para suceder o chefe dos Apóstolos à frente de seu povo e representar o Cristo no nosso tempo, ajuda-o a sustentar a fé de seus irmãos:
Que ele possa assegurar a unidade, o amor e a paz, para que toda a Igreja esteja em comunhão de amor e de espírito contigo e todos possam encontrar na tua casa, Pai Nosso, a verdade e a vida.
Por Jesus Cristo, teu Filho amado, nosso Salvador e nosso Deus, que vive e reina contigo na unidade do Espírito Santo, por toda a eternidade. Amém.
Dado e Passado em Roma, junto a São Pedro, no oitavo dia do mês de dezembro de dois mil e vinte, na Solenidade da Imaculada Conceição de Maria, primeiro de nosso pontificado.
Benedictus, Pp. V
Pontifex Maximus
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[1] Constituição Conciliar Predicate Evangelium, n° 25 - Cap. IV; João Paulo VII.[2] Carta da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, O Serviço da Autoridade e a Obediência, n° 5 - A obediência como escuta.
[3] Constituição Pastoral ''Gaudium et spes'', S. Paulo VI, Cap. V, n°77.
[4] Carta Encíclica ''Caritas in Veritate'', Bento XVI, n°1.
[5] Exortação Pós-Sinodal ''Sal Terrae'', Urbano III.
[6] Carta Encíclica ''Caritas in Veritate'', Bento XVI, n°1.
[7] O Clero. A subdivisão do clero - Brasil Escola >https://brasilescola.uol.com.br/historiag/o-clero.htm#:~:text=No%20s%C3%A9culo%20IV%2C%20o%20Conc%C3%ADlio,espalhadas%20em%20uma%20mesma%20diocese.
[8] Documento sobre a Fraternidade Humana em Prol da Paz Mundial e da Convivência Fraterna, Francisco; Prefácio.
[9] Documento sobre a Fraternidade Humana em Prol da Paz Mundial e da Convivência Fraterna, Francisco; Documento.
[10] Constituição Pastoral ''Gaudium et spes'', S. Paulo VI, Sobre a Igreja no Mundo Atual, Cap. 5, n° 78.
[11] Documento sobre a Fraternidade Humana em Prol da Paz Mundial e da Convivência Fraterna, Francisco; Documento.
[12] Cf. Rito do Batismo, 36ª Assembléia Geral da CNBB e confirmado pela Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos na Páscoa de 04 de abril de 1999.
[13] Bento XVI, Audiência Geral, Praça de São Pedro, 02 de junho de 2020. >http://www.vatican.va/content/benedict-xvi/pt/audiences/2010/documents/hf_ben-xvi_aud_20100602.html
[14] Cf. Audiência 25/06/2014, Papa Francisco.
>http://www.educris.com/v2/artigos/4145-papa-francisco-ninguem-se-torna-cristao-sozinho
[15] Discurso para o 53° Dia Mundial da Paz, 2020, Papa Francisco.
[16] LIPOVETSKY, Gilles. A Era do Vazio: ensaios sobre o individualismo contemporâneo.
[17] Francisco, Homilia na Santa Missa (Amã – Jordânia 24 de maio de 2014): Insegnamenti II/1 (2014), 593; L’Osservatore Romano (ed. semanal portuguesa de 31/V/2014), 3.
[18] Mensagem de Sua Santidade, o Papa Bento XVI, no Dia Mundial da Paz de 2007.
[19] Constituição Dogmática ''Dei Verbum'' do Concílio Vaticano II, S. Paulo VI.
[20] Mensagem de Sua Santidade, o Papa Bento XVI, no Dia Mundial da Paz de 2007.
[21] Casa Sta. Marta, 16 de abril de 2020, homilia do Papa Francisco.
>https://comshalom.org/papa-francisco-a-grande-forca-que-temos-para-pregar-o-evangelho-e-alegria-do-senhor/
[22] Carta da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, O Serviço da Autoridade e a Obediência, n° 5 - A obediência como escuta.
[23] Programa de Vida da Serva de Deus Madre Francisca Lechner.
>http://www.filhasdoamordivino.com.br/wordpress/programa-de-vida-interpretacao-irma-therezinha-norma/
[24] Carta da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, O Serviço da Autoridade e a Obediência, n° 5 - A obediência como escuta.
[25] Carta da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, O Serviço da Autoridade e a Obediência, n° 5 - A obediência como escuta.
[26] Bento XVI, Homilia na Santa Missa para o início do ministério (24 de abril de 2005), in AAS XCVII (2005), p. 709.
[27] Cf. Thomas Hobbes - Liberdade, felicidade e bem-estar social.
>https://www.indexlaw.org/index.php/revistateoriasfilosofias/article/view/4113
[28] Carta da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, O Serviço da Autoridade e a Obediência, n° 13 - Algumas prioridades no serviço da autoridade.
[29] Exortação Apostólica ''Menti Nostrae'', de Sua Santidade, o Papa Pio XII, Sobre a Santidade da Vida Sacerdotal, da Imitação de Cristo 1, Imolação da Vontade, n° 18.
[30] Constituição Apostólica Lumen Gentium, Paulo VI, Cap. III, n° 26.
[31] Decreto Conciliar Divinus Redemptor, Bento V; n° 3 - proêmio.
[32] Constituição Conciliar Predicate Evangelium, n° 25 - Cap. IV; João Paulo VII.
[33] Constituição Conciliar Sacerdos in Aeternum, n° 12 - Cap III; João Paulo VII.
[34] Carta Pastoral ''Domini Grecis'' da Sagrada Congregação para os Leigos, n° 1.