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Carta Encílica - Petrus Anni


CARTA ENCÍCLICA
PETRUS ANNI
DO SUMO PONTÍFICE
CLEMENTE II
 
AOS CARDEAIS, BISPOS,
PRESBÍTEROS, DIÁCONOS,
ÀS PESSOAS CONSAGRADAS,
A TODOS OS FIÉIS LEIGOS,
E AOS IRMÃOS E IRMÃS SEPARADOS.
 
SOBRE O PAPADO E A COMUNHÃO NA IGREJA HABBIANA
 
INTRODUÇÃO
1. Pedro está aqui: a antiguíssima inscrição na rocha que guardava os ossos do apóstolo Pedro recorda a toda a Igreja onde está Pedro. Pedro está na Igreja. Ou melhor, abaixo dela. Quando o imperador Constantino manda que construíssem a Basílica Vaticana, a constroem sobre o lugar onde acreditavam que estavam os ossos do príncipe dos Apóstolos. E, assim, cumpriu-se literalmente o que foi dito por Jesus ao apóstolo Pedro: “E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.” (Mt, 16, 18-19).

2. Depois de tantos anos vivendo a realidade de nossa Igreja, decidi que é o momento de refletir um pouco sobre o que é o papado para o Habbo, qual a missão do Romano Pontífice e a comunhão da Igreja. O primeiro tema é base para o segundo. Refletindo sobre o Bispo de Roma, podemos compreender a necessidade da comunhão da própria Igreja. Fazemos vários juízos sobre o que é o Romano Pontífice, sobre o que ele deve fazer e, muitas vezes, esquecemo-nos de nossa parte, de nosso papel na Igreja. Quero, com esta carta dirigida a todos os irmãos e irmãs, mesmo aos separados, tentar iluminar as vossas mentes sobre este assunto, para que, no momento atual e nos momentos futuros possamos melhor desempenhar nossas próprias missões. No espírito da celebração do décimo quinto aniversário de nossa Igreja, refletir estes tópicos será momento propício de estabelecermos altas medidas para o futuro.
 
CAPÍTULO I
PRIMADO PAPAL NA IGREJA DA REALIDADE
3. Sabemos que “enquanto Paulo sabe claramente ser enviado aos gentios, reúne e mantém unido sob sua autoridade o vasto campo missionário da gentilidade, enquanto Tiago exerce seu ministério entre os judeus-cristãos, encontramos Pedro em ambos os lados, a modo de elo, unindo-os entre si. Sem dúvida, estamos aqui diante de um fato decisivo: em contraste com Paulo e Tiago, Pedro não pertence diretamente a nenhum dos dois grandes grupos do Cristianismo primitivo, mas está acima de ambos. Aí se reside a característica peculiar e distintiva de sua posição.” (RATZINGER, Joseph, 1969, pp. 114-115). Pedro, era, então, elo da Igreja, e buscava sempre a unir em Jesus Cristo.

4. Mesmo entre os cristãos ortodoxos, o Romano Pontífice é reconhecido como o primus inter pares, isto é, o primeiro entre os iguais (Documento de Ravena (2007)).  De fato, Santo Inácio de Antioquia (por volta de 107 d.C.), em sua Epístola aos Romanos, já dizia que a Igreja de Roma presidia na caridade todas as Igrejas. É fato que talvez fizesse muito mais sentido que a sé da Igreja de Cristo fosse a cidade santa de Jerusalém. Contudo, quis o designío do Cristo, que São Pedro – aquele ao qual ele tinha confiado o poder de ligar e desligar, as chaves do reino dos céus – se dirigisse para a cidade de Roma e ali, com São Paulo, fundasse uma comunidade cristã. No centro do Império Romano, Pedro se torna Bispo daquela diocese.

5. Santo Irineu de Lyon escreve “Para a maior e mais antiga a mais famosa Igreja, fundada pelos dois mais gloriosos Apóstolos, Pedro e Paulo.”. Sim, irmãos, a Igreja nasceu Católica Apostólica Romana e isso é incontestável. O mesmo Bispo de Lyon diz que "Os bem-aventurados Apóstolos portanto, fundando e instituindo a Igreja, entregaram a Lino o cargo de administrá-la como bispo; a este sucedeu a Anacleto; depois dele, em terceiro lugar a partir dos Apóstolos, Clemente recebeu o episcopado.”. A Igreja não só nasceu em Roma, mas, nasceu apostólica. Do lado aberto do Cristo na Cruz, acolhendo o Espírito Santo no Pentecostes, passando pelo pontificado de Pedro, a Igreja nunca cessou de colocar homens na mesma cátedra diocesana de Roma, para presidir todas as Igrejas.

6. O Concílio Vaticano I, na Constituição Aeternum Patris, trabalhou extensamente sobre a natureza do sucessor de Pedro. Recorda-nos aquele Santo Concílio que “foi somente a Simão Pedro que Jesus, após sua ressurreição, conferiu a jurisdição de sumo pastor e cabeça de todo o seu rebanho, dizendo: “Apascenta os meus cordeiros. Apascenta as minhas ovelhas” (Jo 21,15-17). Acerca deste trecho do Evangelho, dentro do Concílio, havia uma “interpretação dominante [que] via na diferença de termos da ordem de Cristo: ‘pasce agnos meos... pasce oves meas’ a indicação de que a autoridade de Pedro se estendia a toda a Igreja, quer bispos (oves), quer fiéis (agnos). [...] O quarto evangelho insiste em Cristo como o Bom Pastor, a quem o Pai confiou o rebanho, que não poderá ser tomado por pessoa alguma (cf. Jo 10,28-29). Mesmo confiando-as a Pedro, as ovelhas continuam sendo de Cristo.” (DA SILVA, Carlos Antonio, 2010, pp.44-45).

7. Como o objetivo aqui não é redigirmos um artigo teológico acerca da primazia papal não adentraremos no complexo tópico da infabilidade, mas nos contentamos em recordar o que diz Pio IX na Aternum Pateris: “Disso resulta que, quem suceder a Pedro nesta Cátedra, em virtude da instituição do próprio Cristo, obtenha a Primazia de Pedro sobre toda a Igreja [...]: todos, pastores e fiéis, de qualquer rito e dignidade, estão vinculados, sob ele, pela obrigação de subordinação hierárquica e verdadeira obediência, não apenas nas coisas, que se referem à fé e aos costumes, mas também nas concernentes à disciplina e ao governo da Igreja, no mundo inteiro. Desta forma, tendo salvaguardado a unidade da comunhão e da profissão da mesma fé com o Pontífice Romano, a Igreja de Cristo será um só rebanho sob um único sumo Pastor. Esta é a doutrina da verdade católica, da qual ninguém pode se distanciar, sem a perda da fé e o perigo da salvação.”.

8. O Concílio Vaticano II fala sobre o ministério do Romano Pontífice em sua Constituição sobre a Igreja, a Lumen Gentium. No âmago da visão sobre o colégio dos Bispos, Papa São Paulo VI e o Concílio dizem que “Assim como, por instituição do Senhor, S. Pedro e os restantes Apóstolos formam um colégio apostólico, assim de igual modo estão unidos entre si o Romano Pontífice, sucessor de Pedro, e os Bispos, sucessores dos Apóstolos. A natureza colegial da ordem episcopal, claramente comprovada pelos Concílios ecuménicos celebrados no decurso dos séculos, manifesta-se já na disciplina primitiva, segundo a qual os Bispos de todo o orbe comunicavam entre si e com o Bispo de Roma no vínculo da unidade, da caridade e da paz. Porém, o colégio ou corpo episcopal não tem autoridade a não ser em união com o Romano Pontífice, sucessor de Pedro, entendido com sua cabeça, permanecendo inteiro o poder do seu primado sobre todos, quer pastores quer fiéis. Pois o Romano Pontífice, em virtude do seu cargo de vigário de Cristo e pastor de toda a Igreja, tem nela pleno, supremo e universal poder que pode sempre exercer livremente.” (Lumen Gentium n.22).

9. Papa Francisco, recapitulando o Sacrossanto Concílio Vaticano II na Evangelii Gaudium nos faz refletir na necessidade de uma “conversão do papado”. Francisco diz que “Uma centralização excessiva, ao invés de ajudar, podia complicar a vida da Igreja e o seu dinamismo missionário” (Evangelii gaudium, 32).

10. Por fim, o próprio Senhor recorda: “Sabeis que os que são considerados chefes das nações as dominam, e os seus grandes fazem sentir seu poder. Entre vós não deve ser assim. Quem quiser ser o maior entre vós seja aquele que vos serve, quem quiser ser o primeiro entre vós seja o escravo de todos. Pois o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por muitos.” (Mc 10,42b-45).”. Entre nós, o maior deve ser nosso servo. Por isso, o Santo Padre não só assume o título de Servus Servorum Dei, mas, deve, de fato ser esse servo. Deste modo, São João Paulo II pôde dizer com certeza, que o papado é um "serviço de amor" (Ut unum sint, n.95).
 
CAPÍTULO II
A NATUREZA DO PAPADO NO HABBO
11. A Igreja Católica no Habbo Hotel é “um pequeno reflexo da glória da Igreja na realidade.” (João II, Salus Animarum). Deste modo ela já fora concebida naquele dia vinte e dois de julho de dois mil e seis, quando Vinicius Soares, Carlos Cardozo e Victor Guilherme, estabeleceram aqui a Santa Igreja de Cristo. Não queriam fundar uma nova religião, nem se desvincular do Romano Pontífice da realidade, ao qual a Igreja permanece integralmente unida. Mas, se mostrou necessário que, dentro de nossa realidade, alguém fosse sinal de unidade e tivesse o poder para poder sustenta-la, em nome do Cristo. Então, Gregório XVII foi eleito Sumo Pontífice.

12. O grande Concílio Vaticano V, presidido por Lucas II, Magno, ocorreu no final de um tempo de turbulência para a Igreja e pode ser comparado ao Concílio Tridentino na realidade. Neste momento, após diversos desmandos entre a Cúria Romana, o Concílio ponderou e a comissão presidida pelo Cardeal Agnelo Rossi (in memoriam) preparou a Constituição que diz: “Devem ser submetidas à aprovação do Sumo Pontífice as decisões de maior importância” (Lucas II, Pastor Bonus, n.5). Deste modo, percebemos que a necessidade da consciência do Sumo Pontífice, que preside toda a Igreja na comunhão.

13. Não diferente determinou o Concílio de Latrão: “O sumo pontífice, Bispo de Roma, sendo inspirado e eleito pela ação do Espírito Santo na Igreja, tem total liberdade para exercer o seu poder em todos os âmbitos, sejam estes em julgamentos, reuniões, comunicados. O Santo Padre detém total poder para nomear, afastar, reintegrar, excomungar, convocar concílios, expedir documentos e decretos. Buscando sempre por estes o melhor para a Igreja, e ouvindo aos demais pastores em comunhão com ele.” (Bento III, Pastoralis Episcoporum).

14. Quando a Igreja enfrentou a falta de comunhão com as Igrejas Particulares estabelecidas em outros hotéis, o Concílio Vaticano VII reafirmou a figura do Romano Pontífice como sinal de comunhão da Igreja Católica do Habbo Hotel.

15. Por fim, quem destacou o papel do Romano Pontífice foi o Concílio de Jerusalém. Falando sobre todos os Bispos, o Santo Sínodo definiu também sobre o papado: “[O] sucessor de Gregório XVII, que é uma representação de Pedro na Igreja habbiana [...]. Sendo assim, não se deve existir bispos que não estejam em comunhão com o legítimo sucessor de nosso fundador.” (João Paulo VII, Aeternum Patris, n.14). O mesmo Concílio prossegue reafirmando que “os bispos exercem pelo magistério e pelo governo pastoral funções contínuas juntamente com o Sumo Pontífice, a cabeça do Colégio. [...] O mesmo Colégio Apostólico, pode exercer essas funções juntamente com o papa, pelos bispos espalhados pelo mundo, entretanto o Sumo Pontífice deve solicitar uma ação colegial ou aprove de livre espontânea vontade a ação conjunta dos mesmos, de forma que tenha verdadeiro ato colegial” (Bento V, Divinus Redemptor, n.8).

16. Olhando para tudo que se estabelece na Igreja da realidade e a tudo que se disse ao longo da história da nossa Igreja sobre a figura do Romano Pontífice, parece-nos impossível imaginar a necessidade de reafirmar que se deve permanecer em união com o Bispo de Roma.

17. Nenhum sumo Pontífice deveria olhar para as suas necessidades pessoais, mas, deveriam olhar para toda a Igreja e promover o bem dela. É claro que houveram na história da Igreja, homens que não seguiram santamente a nosso Senhor Jesus Cristo. A história de nossa Igreja foi diversas vezes manchada. E, quantas vezes não foi manchada pelos próprios Romanos Pontífices? Como destacou-se na celebração dos quatorze anos da Igreja: manchada por homens que venderam a dignidade da Igreja, de nossos colégios, com barretes e mitras, ganhando dinheiro por isso? Quantas vezes nossa história não foi manchada por escândalos de todo cunho, que nos impediram de ver a pureza da Igreja? Momentos de nossa história que nossa Igreja conheceu a dor do pecado.” (Papa Emérito João Paulo VI, Homilia nos 14 anos da Igreja, 22 de Julho de 2020).

18. A quantidade de nomes que foram destacados em vermelho como anti-papas da história da nossa Igreja, é a quantidade de feridas abertas na nossa Igreja e que nunca vão sarar completamente. Sempre essas marcas dolorosas permanecerão ali, lembrando-nos do erro de eleger homens que não tem como vontade maior corresponder a Divina Vontade. Mesmo que essas marcas não fiquem eternamente nas listas, elas estarão cravadas na história.

19. É preciso batermos no peito e fazermos um “mea culpa” pessoal, cada um daqueles padres cardeais que elegeram estes homens, mas, também toda a Igreja, pois a santidade do Pastor é, também, reflexo da santidade das ovelhas. Por isso, pedimos perdão a Deus pelas vezes que como Igreja não o ouvimos e perdão aos irmãos pelas vezes que não fomos Igreja do Cristo Senhor. Nesta celebração dos quinze anos, olhar para trás e reconhecer tantos erros não é motivo de vergonha, é esperança e sabedoria para não voltarmos a tomar as mesmas decisões.

20. Mas, mesmo aos homens mais pecadores, a Igreja deve permanecer fiel. Permanecer fiel ao Romano Pontífice é ter a certeza que está com a Igreja. Muitas vezes os papas também precisam ser corrigidos e não há problemas fazer isso. Santa Catarina de Sena corrigira o Santo Padre e o próprio São Paulo precisou corrigir São Pedro. Só que isso não se faz fora da comunhão. Os erros, as misérias, não são mudados de fora para dentro, mas, de dentro para fora. Aqueles que dizem que saem da Igreja, que a deixam, por erros do Santo Padre são mentirosos e traidores da Igreja, nunca a amaram, pois não foram capazes de trabalhar para que ela mudasse. Nenhum processo de transformação pode se iniciar por fora, mas, tem que se iniciar dentro. Talvez se inicie por aqueles a baixo na hierarquia, e isso não importa, pois estes estão no coração da Igreja.

21. De fato, todo aquele que está na Igreja é seu coração. Pois o coração da Igreja bate com o coração do seu Divino Mestre, em consonância com o coração do Sumo Pontífice, com o coração do colégio dos Bispos, com o coração de cada clérigo e de cada leigo e leiga. Na liturgia, quando o sacerdote nos convida a erguer os corações, respondemos que o nosso coração está em Deus, ou está no Senhor. Se os nossos corações estão em Deus, estão no Senhor, eles estão unidos num só coração, que é o coração misericordioso de Jesus, que é o altar do Sacrifício e Banquete eternos e perenes.

22. Na Igreja, não pode caminhar cada um para uma direção. Pelo contrário, caminha-se com um mesmo destino. Como já disse: “indo em diferentes direções, mantemos a Igreja parada. Cada um quer puxar ela para o seu lado e ela não vai para lugar nenhum. Por outro lado, quando agimos na unidade, levamos a Igreja no caminho de Cristo. É preciso permanecermos unidos a Ele também. Sim, irmãos, não só nos unimos com a comunhão da Igreja, mas, também, nos unimos ao Senhor. Mantermos a comunhão com Jesus é a nossa garantia de seguirmos a estrada certa. Mesmo com nossas diferenças de posicionamentos eclesiológicos, teológicos, filosóficos e políticos, se nos mantermos unidos a Cristo e a sua Igreja, vamos estar caminhando na estrada certa.” (Homilia em Salvador, 05 de Maio de 2021).

23. Não podemos agir, porém, como se a falta de comunhão não fosse um problema e como se a desobediência não trouxesse um grande mal para a Santa Igreja. Ao longo de nossa história existiram diversos grupos de clérigos que não permaneceram fiéis aos Santos Padres, a comunhão dos Bispos, simplesmente por considerarem que seu modo de pensar era melhor do que o que havia sido determinado pela Igreja. É impossível não dizermos que o orgulho é a causa de toda a desunião da Igreja.

24. Quando o Concílio Vaticano VII foi convocado no ano de dois mil e dezoito, a Igreja sofria com uma cisma em outro hotel. Uma Igreja Particular havia sido ali estabelecida. Mas, quando convocados a retornar ao Habbo Hotel, os membros da arquidiocese recusaram-se. Foi por isso que o Concílio constatou “falta total comunhão e obediência da parte do clero e dos arcebispos que vivem nos outros hotéis. Isso é causado por um certo comodismo e ganância, pela falta de humildade, soberba, que impede a aqueles de se tornarem obedientes as normas, aos pedidos daquele que guia a Igreja na caridade, o Romano Pontífice, e os impede de agir em comunhão com os demais irmãos no clero. Este ponto de nossa visão ainda se destacou inclusive por aqueles que já estiverem nessas Igrejas Particulares em outros hotéis, por isso foram levados fortemente em consideração.” (João II, Universae Ecclesiae).

25. Assim, obedecermos ao Romano Pontífice é um ato de amor pela nossa Igreja. E mais do que isso, a obediência é o que prometemos em nossas ordenações, é a garantia de ir na estrada certa, de não nos tornarmos divisores da Igreja de Cristo. Submetermos a nossa vontade a vontade da Igreja, na pessoa do seu Sumo Pontífice, é a certeza de sermos amparados por Ela, de sermos fiéis ao próprio Senhor.

26. Tendo em vista tudo isso, Vinicius, Carlos e Victor elegeram um deles e o fizeram como primeiro sumo pontífice da Igreja no Habbo Hotel. Foi então que Vinicius ascendeu a Cátedra Petrina e, após ele, Severino e todos os seus sucessores. A Cátedra do Sumo Pontífice no Habbo Hotel é a Cátedra do Apóstolo Pedro por representação, mesmo que não por essência. Do mesmo modo, o Romano Pontífice no Habbo Hotel é tido representativamente como sucessor de Pedro, embora não o seja na essência.
 
CAPÍTULO III
RELAÇÃO DA IGREJA COM AS COMUNIDADES SEPARADAS
27. A Igreja chora e lamenta a separação dos seus filhos. A Igreja sofre com a excomunhão e a separação de cada um daqueles que um dia fizeram parte dela. Mas, sabemos que existem ocasiões onde devemos afastar do corpo eclesial aqueles que podem causar mal ainda maior se na Igreja permanecerem e não mudarem de vida (cf. Mt 18, 15-17).

28. Aos clérigos da Igreja lembramos a necessidade de sermos comunidade de amor, mesmo para com os irmãos separados. Nós precisamos ser exemplos na paz e no respeito. Que cessem os ataques aos irmãos separados por meio das redes sociais e pelos próprios hotéis. Não vale a pena sermos construtores do ódio e da desunião. Mesmo não havendo comunhão plena entre nós e as Igrejas separadas – e, portanto, nunca sendo lícito que uns tomem lugar nas celebrações litúrgicas dos outros – esperamos que um dia ela possa ser uma realidade. Por hora, basta que os respeitemos e os respeitemos de coração. E não só respeitemos, como, também, amemos. O amor de Cristo é a medida do amor da Igreja.

29. É impossível que parta de nossa Igreja ataque aos irmãos separados. Observando diversas realidades podemos perceber o modo como eles próprios refletem o que fazemos. Dos ritos aos layouts, nomes aos visuais, os irmãos separados buscam tanto quanto possível assemelhar-se de nós e do que fazemos. Por que, então, existem clérigos que insistem em procurar, com eles confusão? Tudo que tange a esses ataques me intrigam e muito. Por fim, sejamos construtores da paz e respeito, e, quando roubados ou atacados, busquemos o caminho da conciliação pacífica. Caso essa não seja possível, busquemos o melhor modo de agir, agindo como o próprio Cristo agiria. Nosso modelo e medida é Jesus Cristo.

30. Deste modo, seria impossível não lembrarmos que diversas vezes fomos causa de ruptura do Corpo de Cristo. A Igreja reconhece seu erro quando não acolheu com caridade aqueles irmãos que, estando em seu seio ou buscando retornar para ele, encontraram dificuldades e empecilhos. Quantas vezes nós deixamos de acolher os nossos irmãos? Temos consciência disso e lamentamos.

31. Em nome de toda a Igreja quero pedir perdão aos clérigos das Igrejas separadas. Pedir perdão a cada irmão que não se sentiu acolhido em nosso seio. Pedir perdão a cada um que não encontrou na Igreja a acolhida fraterna, a comunidade de amor que nos mandou o Senhor Jesus. Ao mesmo tempo, peço perdão pelas vezes que foram, por nossos clérigos, atacados. Peço perdão por não sermos comunidade de diálogo. Desejo, ansiosamente, que um dia o Senhor nos permita nos unirmos numa só Igreja, reunindo os filhos dispersos por todos os hotéis sob uma mesma cátedra – a estabelecida por Gregório XVII – e todas as divisões sejam superadas.
 
CONCLUSÃO
32. Por fim, confiamos a comunhão de toda a Igreja a intercessão dos Apóstolos Pedro e Paulo. Sabendo que nosso Sumo Pontífice representa para nós o próprio sucessor do Apóstolo Pedro e sua cátedra representa a cátedra do próprio Apóstolo, sentimos necessidade de permanecermos todos em comunhão de amor. Diante das realidades adversas, a Igreja quer agir do modo como seu Divino Redentor agiria.

33. É como se a Igreja retornasse oitocentos anos no passado e voltasse a cantar com São Francisco de Assis, querendo ser construtora da paz, levando; amor, onde há ódio; perdão, onde há ofensa; união, onde há discórdia; fé, onde há dúvida; verdade, onde há erro; esperança, onde há desespero; alegria, onde há tristeza; luz, onde há trevas. A Igreja – Santa, Católica, Apostólica e Romana do Habbo Hotel – se confia a Materna intercessão da Bem-Aventurada Virgem Maria:

Mãe de Deus e nossa mãe,
sede, para nós, modelo de comunhão.
Vós permanecestes de tal modo unida
ao Corpo do seu Filho, na Igreja,
que fostes, dela, Mãe e membra.
Ensina-nos a sermos sempre membros da Igreja.
Ensina-nos que a comunhão é dom precioso,
que separarmo-nos da Igreja é dividirmos
o próprio Corpo de vosso Filho.
Maria, Senhora e Rainha do céu,
sede Rainha da Igreja
que peregrina nessa realidade virtual.
Mostra-nos como trazer a este lugar o vosso Filho,
vós que o trouxestes no ventre.
E, abençoa-nos com vosso Filho,
Jesus Cristo, Senhor nosso.
 
Dado e passado em Roma, junto a São Pedro, nas I Vésperas da Solenidade da Ascensão do Senhor, doze de maio do ano Jubilar de dois mil e vinte e um, primeiro do Nosso pontificado.
 
+ Clemens II
Servus Servorum Dei