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Carta Encíclia "Kairós",

 

INOCENTIVS, EPISCOPVS
SERVVS SERVORVM DEI
AD PERPETVAM REI MEMORIAM
LITTERAE ENCYCLICAE
KAIRÓS
 
Como pastor e guia da Igreja Universal, somos interpelados, por diversos momentos, em dar respostas ao tempo presente e sua dificuldades. “O papa, sinal de unidade, deve manter a Igreja firme nos caminhos do Cristo no mundo e sempre atento aos sinais dos tempos” (João I, Carta In Petrus, 18).

No cenário hodierno, presentificamos o tempo da graça de Deus – Kairós - marcado pelo começo do fim da pandemia do novo coronavírus e consequente retomada gradual das atividades, nossa Igreja vê um importante campo de missão e apostolado. Ao mesmo tempo, somos impelidos a dar respostas criativas e adequadas às dificuldades advindas no bojo deste novo momento observado na sociedade e que impacta diretamente em nosso apostolado virtual enquanto pregadores da Sã Doutrina Católica Apostólica Romana no Habbo Hotel.

“A Igreja é o Reino de Cristo já misteriosamente presente, pois Ela é justamente a fundação do Reino dos Céus sobre a Terra. A Igreja é a instituição perene de Nosso Senhor para guiar-nos a salvação, pois quem está fora da comunhão com a Igreja, não está em comunhão com Cristo, e não estando em comunhão com Cristo, não se obtém a salvação” (Constituição Apostólica Predicate Evangelium, 12). Para bem exercer esta missão, o Senhor contou, desde os primórdios de nossa atividade apostólica, com o testemunho e a garra evangélica de muitos irmãos. Por meio do ministério sacerdotal, compartilhado por centenas de irmãos ao longo da última década e meia, levamos palavras de esperança e conforto a muitos jovens que, muitas vezes, viam-se abandonados e sozinhos.

Não são raros os relatos de conversões e de auxílio em difíceis momentos de usuários do Habbo Hotel que sequer faziam parte de nossa comunidade de fé, mas que, em dado momento, viram na Igreja o sinal de esperança que precisavam. Muitos são os clérigos que, em suas confissões, ajudaram a salvar vidas ou apontaram luzeiros de esperança em meios as trevas que rondam as juventudes nos dias de hoje.

Esta missão a nós concedida foi ainda mais solicitada a partir de março de 2020, com o início da pandemia do novo coronavíus. Com o isolamento social forçado e a consequente diminuição dos eventos e encontros com a presença de pessoas, a ambiência virtual, a qual nos fazemos presentes, tornou-se, para muitos, uma oportunidade de manter contato com “o mundo externo” durante os dias de maior distanciamento entre as pessoas. Em contrapartida, doenças psicológicas assolaram grande parte da população, gerando crises próprias deste tempo e aprofundando males que afligem a psique humana.

Neste cenário, integrou nosso processo evangelizador o cuidado com os irmãos e irmãs, já que “a Igreja como genetriz e defensora de todos os filhos de Deus que foram renascidos pelas águas do santo batismo, é chamada, com o amor proveniente do Espírito Santo, a abraçar todos eles, principalmente os que se encontram necessitados de ajuda espiritual, moral e material” (Bento V, Nota sobre a atualização do Habbo). As celebrações eucarísticas, os momentos de confraternização, oração e pregação foram sumariamente mais concorridos e mereceram a atenção de grande parte do Habbo Hotel. Como consequência, nossas vocações e a audiência dos clérigos também cresceu, não sendo raro presenciar diversas missas sendo celebradas em distintos lugares, ao mesmo tempo, e com massiva presença de clérigos e fiéis. Este cenário, ao qual nos acostumamos, há muito tempo não era visto em nosso ambiente virtual, o que gerou, em muitos, a falsa sensação de que contava-se com um grande número de pessoas.

Entretanto, com o consequente arrefecimento dos números da pandemia e o consequente retorno às atividades sociais, educativas e econômicas – que fazem parte da trajetória do ser humano – pouco a pouco a agenda dos clérigos e mesmo dos fiéis estreitou-se e não foi possível mais contar com as grandes multidões nas celebrações e ações cotidianas da Igreja no Habbo Hotel. O efeito, embora esperado, golpeou, de certa forma, o coração de muitos de nossos irmãos e irmãs que estavam acostumados a ver os bancos do altar e da assembleia repletos de pessoas. Diante deste cenário, que para muitos pode parecer desolador, surgem novos desafios e problemas pastorais a serem enfrentados.

“O Espírito habita na Igreja e nos corações dos fiéis, como num templo (cfr. 1 Cor. 3,16; 6,19), e dentro deles ora e dá testemunho da adoção de filhos (cfr. Gál. 4,6; Rom. 8, 15-16. 26). A Igreja, que Ele conduz à verdade total (cfr. Jo. 16,13) e unifica na comunhão e no ministério, enriquece-a Ele e guia-a com diversos dons hierárquicos e carismáticos e adorna-a com os seus frutos (cfr. Ef. 4, 11-12; 1 Cor. 12,4; Gál. 5,22)” (Paulo VI, Constituição Dogmática Lumen Gentium, 4). Por este motivo, não se pode crer que a Igreja caminha para um fim de si mesma, nem que está definhando. A história provou-nos que, ao longo dos anos, o Senhor sempre nos sustentou e pede de nós a renovação no ardor missionário.

Urge em nós a necessidade de, a exemplo de nossos pais fundadores, sermos animados pela certeza de que o Senhor nunca nos abandona e segue ao nosso lado. É hora de renovarmos espíritos, mentes e corações com a luz do Espírito Santo e Santificador, deixando de lado nossos medos (Jo 20, 19-31) – representados por uma Igreja fechada em si mesma e vacilante diante dos males do mundo – e assumirmos a postura da Igreja missionária, que anuncia aquilo que viu e ouviu (Mt 10, 27), abrindo a vista de todos e para todos o “baú sagrado onde situa-se o depósito da fé por meio das escrituras sagradas” (Lucas II, Constituição Apostólica Missale Romanum).

Isto impele que testemunhemos com a vida, a Palavra que pregamos. É necessária a convivência fraterna entre os irmãos, a exemplo do que as primeiras comunidades cristãs viviam, sendo reconhecidos pelo amor (Tertuliano, Apolog., 39). Ademais, apresenta-se a necessidade de recordar, ao povo e ao clero, as verdades eternas que também os proto-cristãos acreditavam e professavam, como nos mostram diversos relatos da Era Apostólica (Carta a Diogneto, parágrafos V e VI).

Esta realidade é ainda mais exigente por parte daqueles que, no meio do povo, foram escolhidos para guia-los e ungidos com o óleo sacerdotal para servirem como Alter Christus. Embora a tarefa pareça não ser fácil, anima-nos a certeza de que “o sacerdócio que brota do coração do Pai não tem medo de se doar, e se doa na gratuidade, na alegria, pois encontra em sua doação uma configuração cada vez mais perfeita com o coração de Deus, sobretudo, vê em si a imagem do Cristo, que doou-se totalmente pela humanidade” (Paulo II, Carta Pastoral Pastores dado vobis, 4). A exemplo do Bom Pastor, também nós devemos ser apascentadores do rebanho, agindo com mansidão e humildade, buscando as ovelhas que ainda não fazem parte do redil da Igreja (Jo 10, 16).

Como Mãe e Mestra, a Igreja é chamada a reinventar-se na caridade, procedendo, em tudo e sempre, de acordo com a obra do Senhor. O cenário pós-pandêmico, e de consequente esvaziamento da ambiência digital, não pode ser para nós motivo de temor, mas sim de alegre expectativa pelos novos desafios que virão. É preciso aproveitar esta terra fértil para lançar a semente ao chão e fazer frutificar a grande família de Deus, que é a própria Igreja. “Este é o tempo favorável, este é o dia da salvação” (2Cor 6,2). Não sejamos intimidados pela desolação que vem, mas nos alegremos na esperança futura, que nasce do próprio Cristo, de cujo coração aberto na Cruz, fez jorrar sangue e água, sacramentos da Igreja Nascente. Aproximemo-nos deste Senhor e sejamos também nós banhados nesta água e neste sangue que renovam tudo em todos.

Datum Romae, XX octobris MMXXI. Primus sub coronam mostram.

+INOCENTIVS, Pp. VI
PONTIFEX MAXIMVS