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Breve Apostólico - Abertura do Concílio de Jerusalém

HOMILIA DE SUA SANTIDADE, O PAPA

I O A N N E S     P A V L V S     VII

POR OCASIÃO DA ABERTURA DO CONCÍLIO DE JERUSALÉM

EM FORMA DE BREVE APOSTÓLICO


Eminentíssimos senhores cardeais e bispos, eleitores e eméritos que vieram concelebrar esta solene Eucaristia, estendo minha saudação aos senhores na pessoa de D. Carlo Ventresca, cardeal-bispo de Albano e presidente da Comissão Conciliar Inicial.

Reverendíssimos padres e diáconos, seminaristas, todo povo de Deus aqui reunido, estendo minha saudação especial na pessoa do Custódio da Terra Santa, D. Wesley Oliveira.


Hoje solenemente iniciamos o Concílio Hierosolimitano confiantes na poderosa ação do Espírito Santo que haverá de conduzir os padres conciliares nas próximas sessões. Aos padres conciliares foi confiada a árdua missão de estudar, produzir e aprovar documentos que serão essenciais e fundamentais para a atividade pastoral e o desenvolvimento espiritual da Santa Igreja nos tempos que hão de vir. Ouvimos então na primeira leitura, extraída da Carta de São Paulo aos Efésios, que devemos levar uma vida digna de nossa vocação, do nosso chamado e do ministério ao qual fomos constituídos. Sobretudo, é preciso exercer com excelência a missão que o próprio Senhor coloca em nossas mãos. Hoje somos chamados, vocacionados, a orar e trabalhar em favor do Sacrossanto Concílio de Jerusalém. Alguns foram chamados para compor mais diretamente estes serviços, os chamados Padres Conciliares, o episcopado da Santa Igreja que trabalhando em unidade, sendo um só Corpo, como nos exorta o apóstolo Paulo nesta mesma leitura, deverão trabalhar em unidade e solicitude que são oriundos da paz vinda do Santo Espírito. Outros foram chamados a rezar em intenção, auxiliar na liturgia, exercer serviços indiretos ou de auxílio. Tais serviços não são menos importantes, são igualmente importantes para a realização desta solene reunião. ''Tu dispuseste tudo com medida, número e peso'' (Sb. 11,20). Como exorta ainda a primeira leitura, nenhum chamado é superior ao outro porque todos foram constituídos pelo próprio Cristo. “A uns ele constituiu apóstolos; a outros, profetas; a outros, evangelistas, pastores, doutores para o aperfeiçoamento dos cristãos, para o desempenho da tarefa que visa à construção do corpo de Cristo, até que todos tenhamos chegado à unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, até atingirmos o estado de homem feito, a estatura da maturidade de Cristo.” (Ef. 4,11-13).

No raconto da segunda leitura, da Carta aos Hebreus, somos ainda alertados da necessidade da intimidade com o Senhor e da fraternidade com o nosso próximo. A introdução desta leitura traz uma importante recordação sobre a resistência dos que, pela própria carta, são chamados de iluminados. Estes citados são os eleitos do Senhor, os que perseveraram em sua vocação, os que foram fiéis ao ministério e levaram uma vida digna de seu chamado. A leitura nos diz que esses foram os que conseguirem suportar as longas e dolorosas lutas. Tais lutas são mais a frente, citadas, as injúrias, tribulações, foram tornados como espetáculo de humilhação. Eis, portanto o que o papa emérito, Bento XVI, denomina como martírio do século: A humilhação. Hoje somos perseguidos, humilhados, ofendidos das mais diversas maneiras e só conseguiremos sobreviver diante destas tribulações se nos mantermos firmes em nosso chamado. No evangelho ouvimos então a narrativa da conversão de São Mateus, apostolo e evangelista, que hoje celebramos. São Mateus que antes era cobrador de impostos deixa seu ofício para seguir ao Senhor. Os cobradores de impostos naquele tempo eram vistos como pessoas sujas, pessoas de baixo nível dentro da sociedade. Eram vistos, muitas vezes, até mesmo como ladrões, pois era de costume que levassem a quantidade justa e ainda acrescentassem o injusto. Ouvimos ainda o questionamento dos fariseus diante da atitude de Jesus em comer com os publicanos e pescadores. Deste evangelho gostaria de ressaltar a resposta do Mestre ao ouvir tais questionamentos: “Não são os que estão bem que precisam de médico, mas sim os doentes.” 

Queridos irmãos, ao ouvir tais palavras devemos tomar consciência de que viemos para este apostolado para buscar as pessoas imperfeitas. Nós, se estamos aqui é porque também somos imperfeitos. Não devemos sair em busca de pessoas que já conhecem, que já vivem a fé, que tem sua experiência de vida Cristã! Claro que estes nossos irmãos também devem inseridos e acolhidos no nosso meio. Em conjuntos com esses irmãos já conhecedores que deveremos sair em busca dos que estão doentes, padecentes, distantes da sublime graça do Senhor. O Concílio Vaticano VII, através da constituição conciliar Salus Animarum nos diz que a igreja habbiana não detêm a força salvífica, mas se torna anunciadora das palavras de salvação. Eis, portanto, que mais uma vez a Santa Igreja através de um Concílio se volta para suas origens, para seu real sentido na esperança de que possamos enraizar em nossos corações e nossas atitudes o propósito de igreja missionária, igreja anunciadora da Boa-Nova, e nos termos do Papa Francisco, uma igreja em saída. Queridos irmãos e queridas irmãs, que possamos nos unir cada vez mais em oração pelos próximos dias que os padres conciliares se reunirão, possamos acompanhar e viver o espírito de fraternidade que deverá predominar em nosso meio e que estejamos profundamente abertos a ação do Espírito Santo. Assim seja, amém.


Basílica da Anunciação, Jerusalém.
21 de setembro de 2020.