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Constituição Conciliar Predicate Evangelium - Sobre a natureza eclesial da Santa Igreja no Habbo Hotel

SACRUM CONCILIUM HIEROSOLYMUM

CONSTITUIÇÃO CONCILIAR 
PREDICATE EVANGELIUM
SOBRE A NATUREZA ECLESIAL DA SANTA IGREJA NO HABBO HOTEL

IOANNES PAVLVS EPISCOPVS
SERVUS SERVORUM DEI
VICARII FILII DEI
PRIMAS ITALIÆ ET ARCHIEPISCOPUS PROVINCIÆ ROMANÆ METROPOLITANUM
DOMINUS STATUS VATICANÆ CIVITATIS
PATRIARCHA OCCIDENTIS
UNA CUM SACROSANCTI CONCILII
AD PERPETUAM REI MEMORIAM

PROÊMIO 

1. ''Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura'' (Mc 16,15), é o chamado de todos os fiéis batizados e incorporados na Igreja de Cristo. Incorporados nesta Igreja Santa, comungamos da sabedoria do Espírito, que não nos concede dons para desperdiçá-los, mas para guiarmos os irmãos no mesmo caminho de Cristo, isto é, o da Salvação. Nesse ínterim, a salvação das almas compreende-se como âmago e suprema lei da Santa Igreja Católica Apostólica Romana, que procura agir de misericórdia como Seu fundador agiu. A priori, há cerca de 02 (dois) anos à Santa Madre Igreja assistia o Concílio Vaticano VII, que buscou, principalmente, definir a natureza eclesial da Igreja no Habbo Hotel. Com o passar dos tempos, foi-se notando que o documento final ''Salus Animarum'' não foi o suficiente para definir essa temática, afinal, apresentou apenas um parágrafo direcionado a missão virtual. Nessa ótica, o Concílio Hierosolimitano apresenta novamente a discussão referente a Natureza Eclesial no âmbito habbiano, buscando entender a missão de ser Igreja até mesmo neste espaço cibernético. 

+ Dom Jorge Snaif Card. Médici, Presidente da Comissão Conciliar para a Natureza Eclesial da Igreja;
+ Dom Marcos Nunes, Auxiliar da Comissão Conciliar.

CAPÍTULO I
Da criação e a vontade do Pai

O Deus da Criação
2. ''No princípio, Deus criou o céu e a terra'' (Gn 1,1). A criação do mundo foi por excelência, pois ela foi originada do Pai, o eterno que pôs, por amor a nós, início à humanidade. Desse modo, assegura-nos a tradição hebraica que, a criação, como objeto que procede de algo, tem por início e fim Deus, que nos modelou à sua própria imagem. Feitos Sua imagem e semelhança, somos obra de Sua infinita sabedoria ao criar toda a órbita, cabendo a nós, como filhos d'Ele, atribuir um louvor eterno ao Senhor da vida e da criação (Sl 104,24). Com a criação, Deus não apenas à cria, mas a sustenta em Sua mão poderosa, guardando-a da iniquidade e preservando-a do mal. Com isso, a beleza da criação como falava Santo Agostinho: ''Toda elas te respondem: olha-nos, somos belas. [...] Quem as fez senão o Belo? [1]'', demonstra a grandiosidade de Deus, que é o princípio e fim de todas as coisas, onde pode ser conhecido pela luz natural da razão humana a partir de tudo que fora criado, como afirmava o Concílio Vaticano I [2].

3. Cristo, o Verbo Eterno, (Jo 1,1-3), atuou na história da criação com o Pai, pois unido a Ele e ao Espírito Paráclito, que pairou sobre as águas (Gn 1,2), é a figura do próprio Senhor (Lc 10,22), portanto, sendo uma obra una, a mesma sabedoria provém das três pessoas que formam a Santíssima Trindade. ''Tu dispusestes tudo com medida, número e peso'' (Sb 11,20), formando o mundo com perfeição, com destreza, para que todos nós partilhássemos da Sua Glória, ou seja, da vida [3]. Assim sendo, o Cristo Jesus, atuando na história por Seu infinito amor, se tornou um de nós, humano, mas não deixando sua deidade, para que nos assemelhemos a Ele. Logo, Cristo, sendo por sua Natureza o Filho de Deus, é a Palavra única, singular e perfeita de Seu Pai. 

4. Por meio disso, a tradição dos primeiros cristãos (2Ts 2,15) foi ligada ao mistério da criação, pois foi o Pai, atuando pelo Verbo e pelo Paráclito, que manteve a ordem da humanidade, onde Ele age por Seu Amor e bondade. Assim, o Concílio Vaticano I manifesta que Deus, agindo por esta bondade e onipotência, não criou o mundo para atingir perfeição ou para regozijar-se, mas por meio dos pecúlios que largueiam às criaturas, com vontade plenamente livre, criou o início do tempo do nada, sendo o campo espiritual e material formulados simultaneamente [4]. Desse modo manifestou Sua glória através da criação, mostrando seu poder e, principalmente, Seu amor por nós. 

5. Por tal criação e glória, o Pai, agindo pelo Espírito Consolador, Àquele que guia ''à Verdade inteira'' (Jo 16,13), quis fazer de nós não só conhecedores da Sua bondade, mas também ''filhos adotivos por Jesus Cristo: conforme o beneplácito de sua vontade para louvar à glória da sua graça'' (Ef 1, 5-6). Através disso, a própria manifestação Divina do Pai concedeu-nos a vida em superabundância por meio da criação do mundo, quanto mais a revelação trinitária do Pai e do Verbo que são unidos pelo Espírito, que é fonte de vida a todos que O seguem. "Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida" (Jo 8,12), chamando-nos, Cristo quis, por ação do Espírito Santo, purificar-nos das nossas faltas e dissipar todo o erro que esteja presente em nossa alma. Desse modo, com a cruz alcançamos a plenitude da nossa alma, pois nela e por ela obtemos redenção, isto é, o perdão e a reconciliação com o Pai, dando a nossas almas não só paz, mas sua luz eterna. 

A Revelação de Deus
6. Aprouve Deus, em sua magnificência e sabedoria, fazer que o homem, por sua natureza, apenas atinja o estado de conhecimento do Pai através de Suas obras, que foram feitas perfeitamente durante a criação (Gn 1,4.10.12.18.21.31). De outro modo, o pleno conhecimento da Verdade, da vontade Divina, apenas pode ser alcançado por desígnio do Pai no Verbo pelo Espírito. É por esta revelação que o Pai, agindo pelo Filho e pelo Santo Espírito, deseja revelar-se à humanidade (Ef 1,9), conduzindo-nos ao mistério de Sua benevolência [5]. 

7. Por tamanho mistério, no Senhor que ''habita uma luz inacessível'' (1Tm 6,16), deseja do profundo do Seu coração revelar-se aos homens, que foram criados por Ele, remidos por seu Filho e iluminados por seu Espírito doador da vida. Ao revelar-se, Deus, ''com a promessa de redenção, deu-lhes a esperança da salvação (Gn 3,15), e cuidou continuamente do gênero humano, para dar a vida eterna a todos aqueles que, perseverando na prática das boas obras, procuram a salvação (Rm 2, 6-7) [6]''. Por conseguinte, com essa revelação alcançamos luz e salvação do âmago do Coração de Deus, onde sangue e água manaram do Seu lado aberto (Jo 19,34).

8. ''Muitas vezes e de diversos modos outrora falou Deus aos nossos pais pelos profetas" (Hb 1, 1), após ter utilizado do seu Espírito para pairar sobre a terra (Gn 1,2) e comunicar-se por seus profetas, o Altíssimo, agindo agora por seu Filho, quis torná-lo herdeiro universal de Sua criação (Hb 1, 2), para que pudesse iluminar todos os cristãos, agindo neles, e revelando-se intimamente através deles. Para isso, Jesus Cristo, Deus humanado, prega a Palavra de seu Pai (Jo 3,34), induzindo-nos ao Reino dos Céus, consumando assim, o encargo que Seu Pai lhe deu: a obra de salvação sobre a terra (Jo 5,36; 17,4). Destarte, a vinda do Cristo deu início a chegada do reino dos céus, que outrora fora pregado nas escrituras: ''cumpriu-se o tempo, o Reino de Deus está próximo'' (Mc 1,15; Mt 4,17)''. Este reino que é anunciado pela própria vida pública de Cristo, através de suas palavras, ensinamentos e obras, onde a palavra do Senhor se torna a semente que é lançada aos campos e frutifica nos campos, isto é, nas pessoas de boa-fé (Mc 4,14), é a própria Igreja. 

CAPÍTULO II
Da Igreja como revelação do Pai e da sua fundação

A Igreja como Difusora da Revelação
9. Através de Cristo que é a própria imagem de Deus, que ao vê-lo vemos o Pai (Jo 14,9), ''com toda a sua presença e manifestação da sua pessoa, com palavras e obras, sinais e milagres, e sobretudo com a sua morte e gloriosa ressurreição [7]'', bem como o envio do Espírito Soberano, que por Nosso Senhor Jesus Cristo é enviado aos apóstolos [8], é encontrada a plenitude da revelação, que é o próprio Deus nos libertando dos caminhos funestos do pecado e da dor. Para tal, ''o Eterno Pai, pelo libérrimo e insondável desígnio da Sua sabedoria e bondade, criou o universo, decidiu elevar os homens à participação da vida divina e não os abandonou, uma vez caídos em Adão, antes, em atenção a Cristo Redentor ''que é a imagem de Deus invisível, primogênito de toda a criação'' (Cl 1,15) sempre lhes concedeu os auxílios para se salvarem [9]''. Desse modo, o próprio Senhor, por Sua inestimável Vontade salvífica, criou o mundo, nos deu a liberdade como filhos d'Ele, nos sustentou desde a queda de Adão e nos lavou pelo sangue redentor de Seu Filho, que é a Cabeça invisível de sua Instituição na terra. 

10. Para isso, a Igreja, esposa do eterno pontífice e sacerdote, Nosso Senhor Jesus Cristo, que após sua Ressurreição gloriosa declarou que jamais nos abandonaria, é incumbida da guarda da fé, disseminação do amor de Deus e de revelá-lo à humanidade. ''Portanto Ele, em nenhum momento, nunca deixou de ser solícito em ajudar sua amada esposa, em ajudá-la no ensino, em abençoá-la em suas obras, em ajudá-la em situações de perigo. Esta sua Providência salutar, surgida continuamente de inúmeros outros benefícios, manifestou-se muito grandemente naqueles frutos que chegaram a todo o mundo cristão [10]'', por esta incólume Igreja, que o Pai age pelo Espírito, revelando-nos mais uma vez por ações. Por meio deste ato, a Igreja, como estrutura massiva do Coração da Trindade Santa, cresce por todo o mundo pela ação de Deus. Tal começo e crescimento, ''brota do Coração aberto do Senhor e se derrama sobre seu povo, fazendo com que, no meio do mundo, levem eles sua luz a todos os povos, fazendo-os conhecer a alegria do Evangelho, que, como o sal, alegra a vida de quem conhece a Verdade [11]''.

11. Por esta ação, Deus, nosso Pai, dispôs amorosamente que o Evangelho, a boa-nova das sagradas escrituras, fosse guardado e espalhado através de seus discípulos amados a todos que n'Ele se congregam. Assim, Cristo, ao qual toda a revelação do Pai é consumada em seu Coração (2Cor 1,20; 3,16-4,6), envia seus apóstolos para pregar Sua Palavra, Seus ensinamentos, e tudo que o Pai, por meio do Espírito Santo, lhe revelar (Mt 16,17). ''Isto foi realizado com fidelidade, tanto pelos Apóstolos que, na sua pregação oral, exemplos e instituições, transmitiram aquilo que tinham recebido dos lábios, trato e obras de Cristo [12]'', tanto pelo que o Espírito Criador lhes revelava para que fosse proclamado aos pagãos, incrédulos e pessoas de boa-fé. ''Para que a mensagem de Nosso Senhor chegue a todos os povos, é preciso uma união de esforços entre as diversas formas de apostolado na Igreja [13]''. Assim, iluminados pelo Espírito, animados pela vitalidade d'Ele, pregassem com vigor a todos que necessitassem destas palavras de amor, luz e salvação.

Da criação da Igreja e sua missão perene
12. Por este mesmo Espírito, quis Deus, nosso Senhor, fazer inextinguível obra da redenção, fundou a Santa Madre Igreja, ''na qual, como na casa do Deus vivo, todos os fiéis se encontrassem unidos pelo vínculo de uma só fé e caridade [14]'', onde seria o Corpo Místico do Filho de Deus, o Verbo eterno. Ademais, a Igreja seria este redil onde tem Cristo como porta e cabeça (Jo 10, 1-10), da qual seria sustentado por Ele como a criação é sustentada pelo Pai. Desse modo, a Igreja é o Reino de Cristo já misteriosamente presente, pois Ela é justamente a fundação do Reino dos Céus sobre a Terra. A Igreja é a instituição perene de Nosso Senhor para guiar-nos a salvação, pois quem está fora da comunhão com a Igreja, não está em comunhão com Cristo, e não estando em comunhão com Cristo, não se obtém a salvação. Outrossim, o Concílio Vaticano II declara: ''O sagrado Concílio [...] ensina que esta Igreja, peregrina sobre a terra, é necessária para a salvação [15]''. 

13. ''Mas a Igreja nasceu principalmente do dom total de Cristo pela nossa salvação, antecipado na instituição da Eucaristia e realizado na cruz. ''Tal começo e crescimento da Igreja exprimem-nos o sangue e a água que manaram do lado aberto de Jesus crucificado'' (LG, 3). Porque ''foi do lado de Cristo adormecido na cruz que nasceu o sacramento admirável de toda a Igreja'' (SC, 5) [16]''. Essa Igreja peregrina na terra, onde foi iniciada no partir do pão e realizada totalmente sob o madeiro da Cruz, foi regada pela água viva e pelo sangue redentor que jorraram do peito aberto de Cristo no santo lenho. ''Assim como Eva foi formada do costado de Adão adormecido, assim a Igreja nasceu do coração trespassado de Cristo, morto na cruz (Sto. Ambrósio, in Lc II, 85-89: PL 15, 1583-1586). [17]'', de onde proveio a destruição, a traição e amargor para à humanidade, veio Cristo, dissipou tais erros e fundou sua Igreja, deixando-a livre do erro e do pecado, sendo contrária ao erro de Eva. 

14. Por fim, ''consumada a obra que o Pai confiou ao Filho para Ele cumprir na terra (Jo 17,4), foi enviado o Espírito Santo no dia de Pentecostes, para que santificasse continuamente a Igreja e deste modo os fiéis tivessem acesso ao Pai, por Cristo, num só Espírito (Ef 2,18). [18]''. Em pentecostes o Espírito Soberano, autor da vida e da comunhão dos filhos de Deus, como complemento à Páscoa de Cristo foi manifestado pela Sua efusão, que foi o derramamento da plenitude Cristo pelo mesmo Espírito. A partir deste derramamento foi revelada a Trindade Santa. Diante disso, o reinado de Cristo está aberto, a Sua Igreja está fortificada pela Verdadeira Luz, pela "brasa viva" (Is 6,6). ''A Igreja, que Ele conduz à verdade total (Jo 16,13) e unifica na comunhão e no ministério, enriquece-a Ele e guia-a com diversos dons hierárquicos e carismáticos e adorna-a com os seus frutos (Ef 4, 11-12; 1 Cor 12,4; Gl 5,22). Pela força do Evangelho rejuvenesce a Igreja e renova-a continuamente e leva-a à união perfeita com o seu Esposo. Porque o Espírito e a Esposa dizem ao Senhor Jesus: ''Vem'' (Ap 22,17)! [19]''.

CAPÍTULO III
Da unidade da Igreja

Da unidade e atuação do Espírito na Igreja
15. Este mesmo Evangelho que rejuvenesce a Igreja e este Espírito que a ilumina pela união perfeita que Ela tem com Cristo, Seu Esposo (Mc 2,19), dão vitalidade a Igreja que, caluniada e perseguida, acaba se assemelhando ao Seu mestre [20]. Cristo ''amou, pela qual se entregou, a fim de santificá-la'' (Ef 5,26), ao ponto de criar uma aliança inquebrável com esta esposa, formando sua nova aliança. Por tal aliança eles se tornaram ''um só corpo e uma só carne [...], Cristo e à Igreja'' (Ef 5, 31-32), fundados na sólida rocha da fé. Portanto, sendo a Igreja unida ao Corpo de Cristo, se tornando o próprio Corpo Místico de Nosso Senhor sobre a terra, os céus e o purgatório, Ela comunga também da unidade, pois seu próprio criador é Uno ao Pai e ao Espírito Santo. 

16. De tal modo, Ela é una, ''pois o próprio Filho encarnado, príncipe da paz, reconciliou com Deus, pela cruz, todos os homens; restabelecendo a unidade de todos num só povo e num só corpo, extinguiu o ódio e, exaltado na ressurreição, derramou nos corações o Espírito de amor [21]''. Este mesmo Espírito de Amor que habita em nós, que dá a plenitude da graça a Igreja e a rege, realiza por esta afável bondade à admirável comunhão de todos nós como irmãos e nos unifica dentro do Coração todo-amoroso de Cristo. De fato, Igreja é Una, pois o Espírito Soberano que a rege é Uno; Ela é Una, pois é Cristo que é Sua Cabeça; Ela é Una, pois foi de inspiração do Pai por meio de Pedro; enfim, Ela é Una, pois é da Sua Natureza à unidade. 

17. Entretanto, mesmo dentro desta unidade à Igreja é rica na diversidade de dons (1Cor 12,1-13), dos quais provêm do Santo Espírito e da multiplicidade de todos nós que os recebemos. No entanto, isto não prejudica nenhum um pouco à unidade da Igreja, pois é o dom de Deus que é disperso sobre todos, não nos tornando superiores uns que os outros, mas sim como complemento da fé em comunidade, sendo uma maneira de ''conservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz'' (Ef 4,3). ''Nisto se manifestou a caridade de Deus para conosco, em que o Filho unigênito de Deus foi enviado ao mundo pelo Pai a fim de que, feito homem, desse nova vida pela Redenção a todo o gênero humano e o unificasse. Antes de se imolar no altar da cruz como hóstia imaculada, rogou ao Pai pelos que creem, dizendo: ''Para que todos sejam um, como tu, Pai, em mim e eu em ti; para que sejam um em nós, a fim de que o mundo creia que tu me enviaste'' (Jo 17,21). Na Sua Igreja instituiu o admirável sacramento da Eucaristia, pelo qual é tanto significada como realizada a unidade da Igreja. A Seus discípulos deu o novo mandamento do mútuo amor e prometeu o Espírito Paráclito, que, como Senhor e fonte de vida, com eles permanecesse para sempre [22]''.

Da unidade da Igreja através da Eucaristia
18. A Eucaristia é o sacramento da benevolência de Deus por nós, o ato de extrema preocupação conosco, que se imolou sobre a Cruz e na última ceia se doou por meio do Vinho e do Pão. Cristo, atuando por estas espécies, sendo Ele próprio presente nelas, nos uniu através de seu Espírito. Com isso, na Oração Eucarística III do Missal Romano o celebrante suplica: ''Fazei que, alimentando-nos do Corpo e Sangue do vosso Filho, cheios do seu Espírito Santo, sejamos em Cristo um só corpo e um só espírito''. Por este Corpo e Sangue do Verbo Eterno, somos introduzidos na páscoa definitiva de Nosso Senhor, no novo pentecostes, pois Ele mesmo adentra em nosso coração e o transforma a partir das virtudes do Espírito Santo, nos unindo neste Corpo que é a Igreja. ''A Eucaristia é [...], de certa forma, a antecipação do Paraíso, ''penhor da futura glória'' [23] A Eucaristia é celebrada na ardente expectativa de Alguém, ou seja, ''enquanto esperamos a vinda gloriosa de Jesus Cristo nosso Salvador'' [24]. Quem se alimenta de Cristo na Eucaristia não precisa de esperar o Além para receber a vida eterna: já a possui na terra, como primícias da plenitude futura, que envolverá o homem na sua totalidade [25]''. 

19. Consequentemente, Cristo, presente na espécie do Pão e do Vinho, completo com Seu Corpo, Sangue, Alma e Divindade, doa-se a nós e nos transforma, fazendo-nos congregados ao Seu mistério de vida (Jo 6,57). É pela eucaristia que a Igreja se sustenta, pois, Ele se torna sacramento, age por ele e nos santifica por ele; é por este sacramento em que bendizemos ao Pai, comungamos da vivência do Santo Sacrifício de Cristo, e invocamos o Espírito de Deus sobre nós. É um louvor, um ato de adoração completo, visto que, Cristo é completo. ''Eu estarei sempre convosco, até ao fim do mundo'' (Mt 28, 20), entretanto, por via da eucaristia, temos acesso a esta presença salutar, esperançosa e de coragem, onde, por este ''sacramento, de fato, renova-se continuamente, por vontade de Cristo, o mistério do sacrifício que Ele fez de si mesmo ao Pai sobre o altar da Cruz [26]''. 

20. ''Eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à união fraterna, à fração do pão, e às orações'' (At 2, 42). A fração do pão, isto é, a Eucaristia, é o centro da Igreja, pois ela é o próprio Jesus presente na espécie do pão. Na páscoa, a grande festa da vitória de Cristo, nasceu a Igreja; no tríduo sacro, onde por reverência e respeito faz-se à Ceia eucarística, a mesa do banquete eterno de Nosso Senhor, em que Ele mesmo declarou ''Fazei isto em memória de mim'', memoramos Sua agonia no Getsêmani, Sua sangrenta flagelação, Sua subida ao Calvário e Sua morte na Cruz. A eucaristia é a verdadeira Via-Sacra, contudo, ela é concreta, pois se realiza, realmente e presencialmente, o Santo Sacrifício. Desta forma, Cristo, pregado sobre a Cruz, gerou a Igreja em Seu peito, deu-nos Maria como Mãe e entregou Seu Espírito ao Senhor (Sl 30). Neste mistério de sacrifício, Cristo nos reconciliou com o Pai e nos livrou da condenação, sendo, portanto, nossa União com Deus. A Eucaristia nos reconciliou com Deus, ou seja, nos uniu. A Eucaristia é o sacramento do amor, da esperança, da presença e da unidade. 

CAPÍTULO IV
Da Igreja no Habbo Hotel

Da fundação e o espírito missionário
21. ''Em meados do ano de 2006, a inspiração divina nos levou, um grupo de adolescentes, amantes de Cristo, do Evangelho e da Igreja a darmos início aos primeiros passos na obra da evangelização deste lugar, dispondo de poucos recursos digitais, visto que o Habbo Hotel tinha acabado de começar. Decidimos, com coragem, abrir as portas deste lugar para Cristo e anunciar, sem medo, a doce e reconfortante Alegria do Evangelho num mundo cada vez mais fechado ao Senhor Jesus. A missão da Igreja aqui e em todo lugar deve ser a de anunciar, sem medo, que Cristo vive e nos quer vivos, como suas testemunhas. O maior e melhor exemplo que a Igreja pode dar, muito mais do que por palavras, é pelo seu testemunho e pela sua atitude [27]''. A missão no Habbo Hotel, sem dúvidas, foi inspiração do Espírito no coração dos jovens que tomaram a Cruz de evangelizar nos espaços virtuais. ''Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura'' (Mc 16,15), foi a fortaleza daqueles homens que, sem nada a oferecer de si, tinham a palavra de Deus como armadura e o Espírito como guia. 

22. Após nossa fundação e fixação no Habbo Hotel, a Igreja se manteve firme, mesmo que muitos membros se desviassem da missão inicial que era: sermos ''fiéis ao chamado de Jesus''. ''A Igreja edifica-se neste meio virtual pelo testemunho de cada um de nós. Ninguém pode professar a fé sozinho. Inclusive, rezamos no Credo: ''Credo in Ecclesiam'', Creio EM Igreja. A Igreja não faz parte das convicções particulares de ninguém, muito menos adequa-se aos gostos particulares de cada um. A Igreja é de Cristo [28]''. A priori, a Igreja no Habbo não tem o poder salvífico de Nosso Senhor Jesus Cristo [29], no entanto, é chamada a espelhar-se na glória da Igreja da realidade, para que possa arrebanhar ''as almas para Deus, como um pequeno reflexo da glória da Igreja na realidade [30]''. À vista disso, somos uma comunidade de fé e vivência do carisma Santo e Invicto da Santa Madre Igreja, com o intuito de evangelizar e difundir à santidade a partir da prática da escuta e pregação da Palavra. 

23. ''Destarte, a missão surgiu da vontade do Pai, do qual enviou seu Filho Unigênito para proliferar seu amor na terra. Assim, o mistério de Pentecostes, por vontade d'Ele, foi enviado o Espírito Santo para que desse ânimo e força à Igreja e, por meio d'Ela, ''os fiéis pudessem ter acesso ao mistério de fé do Pai por Cristo, num só Espírito'' (LG. 1,4) [31]''. Esta missão chega até os confins do mundo, como também nos meios virtuais, onde Deus nos chama para pregar Sua boa-nova aos incrédulos, homens de boa-fé e aos que não conhecem o Cristo. No entanto, a missão requer testemunho, vivência da fé, ou seja, que não tratemos a Igreja no Habbo como brincadeira, pois tudo que se remete ao trabalho incansável para ganhar almas para o Senhor deve ser tratado com o máximo cuidado e reverência; não sendo uma distração, e sim um encargo que devemos exercer com maestria e devoção. ''E, enquanto estamos nesta rede social e ousamos usar o Santo Nome de Deus, o façamos com amor, com convicção! E com um único desejo: Evangelizar! Esta missão evangelizadora aqui teve início no ano de 2006, ainda com o sonho de adolescentes cuja única motivação era evangelizar [32]''. 

Da necessidade de ser Igreja
24. Diante disso, realizamos não só a evangelização por meio do anúncio, mas também na prática de como a Mãe Igreja - na realidade - atua; levando, a partir da dissimulação dos sacramentos - que ordinariamente chamamos apenas de sacramentos - as pessoas a um conhecimento em tempo real de como são os sacramentos e de como eles agem em nosso meio. A essência da Igreja no Habbo é ser reflexo da Igreja da realidade [33]. Sendo assim, a organização eclesial da Santa Igreja presente no Habbo demonstra sua principal missão: levar à glória da Igreja aos que se encontram neste parâmetro virtual, para que se sintam chamados, de fato, a cerne d'Ela, e, deste modo, possam encontrar-se com suas vocações – de modo especial os chamados ao presbiterado - e ter seu encontro com Deus, que usa-nos de diversas maneiras para conseguir almas para Ele. Consequentemente, se a Igreja se afasta do seu âmbito eclesial - como aconteceu no Papado de Silvestre I, que desmanchou os colégios e transformou a Igreja em um ministério da Palavra - ela corre o risco de perder a efetividade e o animo do anúncio. De fato, a Igreja se renova celebrando as liturgias e dá, por elas, o testemunho de ser Igreja. Por isso, esse apostolado por nós realizado deve se organizar como Igreja, para que todos conheçam a glória da Igreja Católica e o apostolado se organize bem e se mantenha fortalecido por esse modo de ser. Deste modo declaramos que ninguém pode dizer que esse este apostolado não deveria ser Igreja, pois ela se afastaria de sua essência e missão e, por isso, ela deve ser sempre Igreja.

A ação da Igreja no Habbo Hotel
25. Outrossim, a Igreja no habbo hotel, com o Espírito de Temor a Deus e a Igreja na realidade, tem por missão evangelizar, sendo chamada ao serviço da pregação da Palavra de Deus, bem como do âmbito pastoral, acarretando os fiéis leigos e clérigos uma experiência pastoral, o exercício do sacerdócio régio, o nosso sacerdócio batismal. Somos, portanto, ''geração escolhida, sacerdócio régio, gente santa, povo de conquista'' (1Pd 2,9), chamados a dar testemunho no habbo de como é Cristo, o pontífice e mestre dos fiéis congregados em Sua Igreja, do qual é Esposo e Cabeça. ''Vocês devem antes de tudo terem amor pela Igreja, pois ela é o Corpo de Cristo (1Cor 12, 27) e sustentáculo da verdade (1Tm 3, 15) e se não há amor pela Igreja, não terá amor pelo ministério que almejam [34]''. Ademais, que a Igreja não seja tratada ao nosso bel-prazer, e sim como tratamos à Verdade, o próprio Cristo, acolhendo-o em nossos corações e zelando por este bem. Dessa forma, que Cristo não seja caluniado por nossa má vida, mas que seja exaltado pelos nossos atos enquanto clérigos virtuais. 

26. ''O Espírito Santo que d'Ele procede age na realidade virtual por meio de nós, seus filhos "porque não sereis vós que falareis, mas é o Espírito de vosso Pai que falará em vós" (Mt 10,20). Mas quem garante que estamos repletos do Santo Paráclito? A prova é simples: "[...] ninguém pode dizer: "Jesus é o Senhor", senão sob a ação do Espírito Santo" (1Cor 12,3) [35]''. Pela graça do batismo somos introduzidos na raça ''eleita, um sacerdócio régio, uma nação santa'' (1Pd 2,9), isto é, no povo de Deus, que não é apropriadamente uma raça, mas participantes do reinado de Cristo, sua Igreja. Sendo assim, pela graça sacramental do batismo, somos enviados pelo Espírito Divino a ser sal e a luz do mundo (Mt 5,13-16), para que possamos dar sabor as vidas que não tiveram sua experiência com Cristo, iluminando-as neste caminho. Portanto, a missão da Igreja no Habbo é, iluminados pelo Espírito Santo, em nossos corações, pregarmos o reinado de Nosso Senhor, sendo por Ele, com Ele e para Ele [36] tudo que exercemos.

Da palavra de Deus na missão
27. ''Vale a Pena! Vale a Vida! Vale o suor e o esforço! Vale cada anseio, cada dor e cada calúnia! Não há nada neste mundo que seja mensurável ou comparável ao que possa valer, em mesma intensidade, ao testemunho do Senhor [37]''. O súpero tempo em prol da vinha do Senhor é o mais bem gasto que se pode existir, pois nele se louva ao criador (Gn 1,1), rende graças ao Filho que nos remiu de nossas faltas (Cl. 1, 13-14), e somos utilizados pelo Espírito que agiu pelos profetas (Heb 1,1), para a completa conversão dos pecadores. O habbo por si, é um âmbito de diversão, entretanto, isso não impede que o Espírito aja através de nós e nos torne ''pescadores de homens" (Lc 5,10). 

28. ''Toda a organização da Igreja no habbo, deve exalar e anunciar a Jesus Cristo, nosso Senhor e sua Igreja, fazendo assim uma grandiosa catequese virtual, principalmente aos jovens participantes desta comunidade virtual [38]''. A palavra de Deus e a celebração eucarística, mesmo que uma lembrança do Sacrifício real de Cristo, exalam o cerne da nossa missão habbiana, que é o anúncio da Palavra de Deus, isto é, sua revelação pelas Escrituras. O anúncio: esse é o objetivo de ter uma Igreja no habbo. Pois, evangelizar e anunciar a todas as nações não significa está preso somente na realidade, mas sim, pregar também aos ambientes virtuais onde é propagado à fé pagã, o pecado e a confusão do espírito de certas pessoas. Ao evangelizar em um ambiente virtual, ali se estende a Salvação e a Sabedoria Divina para aqueles que estão em confusão espiritual, ou não estão em comunhão com Deus.

29. ''Qual é a Igreja necessária aqui no Habbo para que ela possa evangelizar? Uma Igreja motivada pelo gesto de Lava-Pés; uma Igreja misericordiosa; servidora; samaritana e missionária, capaz de ir ao encontro daqueles que se encontram nas periferias da existência, buscando o sentido da vida de jovens de coração vazio, sem esperança e sem amor. É com estes jovens que nos deparamos aqui, então, que testemunho daremos? A face de Cristo já foi machucada demais, interna e externamente [39]''. A Igreja no habbo, por missão recebida por seu fundador, o Papa Gregório XVII, foi novamente lembrada sobre o seu chamado particular no habbo: difundir e se espelhar no Cristo, para que possamos, realmente, irradiar à glória de Deus e da Igreja da realidade.

Das celebrações da Igreja
30. Essa missão da Igreja no Habbo Hotel, no entanto, não é apenas dissimular missas, mas, também, levar à reconciliação com Igreja, e, deste modo, com Deus entre aqueles que se separaram, bem como dizer palavras de Salvação para que todos naquele ambiente virtual possam se converter. Assim, um clérigo devidamente ordenado no Habbo, tem consigo a missão de fortalecer e expandir a Salvação através da Sagrada Escritura que, de fato, não é uma missão fácil, mas que não deve estar presente o desânimo, pois como já foi dito: ''retribuirá a cada um segundo as suas obras" (Rm 2,6). ''É Ele quem nos orienta, é Ele quem guia a Igreja Católica no Habbo Hotel, pois atrás de cada um de nós há alguém real, a qual o Espírito Santo toca e conduz. Deus não nos abandona, pois sabe que fazemos isso por amor, que esta é nossa forma de doar a vida pela causa do reino, não ainda plenamente como deve ser, mas num caminho bonito de crescimento pessoal e crescimento na vida de Igreja [40]''. Ou seja, a Igreja no habbo comunga da natureza da Igreja militante, pois Ela é chamada também a evangelizar e é constituída de membros batizados ligados à realidade, que comungam do sacerdócio régio; assim, mesmo que inferior à santidade da Madre Igreja, a Igreja se torna um instrumento sério de difusão do kerigma cristão. 

31. ''Sabemos que a memória da qual Cristo fala é a comemoração, é o memorial, é tornar presente. Porém, em nossa realidade habbiana sabemos que isso não ocorre. Já nos dizia o Concílio Vaticano VII, na Constituição Salus Animarum, que “na ação de qualquer ato litúrgico no habbo não há sacrifício, nem de Cristo e nem pessoal. As ações são um ato de louvor a Deus, de evangelização e de aproximação dos fiéis a Liturgia Católica”. Se não há sacramentos no Habbo, por que levarmos a sério o nosso ministério?'' [41]. Tal qual foi citado anteriormente, a Igreja habbiana não apresenta em seu âmbito a simulação de sacramentos, já que ela oculta a matéria e as palavras necessárias para sua validade, tornando-se, portanto, uma dissimulação de sacramento, uma breve lembrança. Que não a torna insignificante, mas um ato de amor e louvor ao Deus [42] que nos remiu por Seu sangue e nos revigorou por Sua Ressurreição.  Deste modo, a Igreja, pelas celebrações, busca dar glória a Deus e levar os homens a procurarem sua santificação.

32. Então, ''por que levarmos a sério o nosso ministério? [43]''. Para que possamos, mergulhados no dia a dia, refletir os sagrados mistérios da vida pública de Nosso Senhor e, tornar-nos conhecedores do Seu infinito amor. À vista disso, aos católicos os sacramentos dissimulados induzirão a reflexão, e aos não católicos ou não praticantes, induzirá a descoberta, isto é, à busca em descobrir ainda mais os mistérios do coração da Trindade, que se revela a nós pela razão que é iluminada pela fé, ''para a conexão dos mesmos mistérios entre eles relativamente ao fim último do homem. No entanto, nunca é capaz de compreender esses mistérios da mesma forma que as verdades que constituem o objeto natural de suas habilidades cognitivas. Na verdade, os mistérios de Deus por sua natureza transcendem o intelecto criado de uma maneira tão elevada, que mesmo se ensinados pela Revelação e aceitos com fé, eles permanecem cobertos pelo véu da mesma fé e quase envoltos em trevas até nesta vida mortal. nós peregrinamos longe do Senhor [44]''.

33. Em nossa missão de evangelizar pelos meios virtuais, é necessário realizar a pregação explícita da Palavra de Deus e de todo o rico tesouro que compõem a Santa Igreja Católica Apostólica Romana. Entre estas pérolas da Igreja, está sem dúvida a realização dos sacramentos. Embora a pregação primeira seja necessariamente da Palavra de Deus, a celebração dos sacramentos, mesmo que virtualmente, favorece o encontro da comunidade reunida que apresenta ao Pai suas preces e o louva em espírito e verdade, alimentando a fé e fazendo-a crescer no encontro com o anúncio do Senhor Ressuscitado, presente de forma verdadeira nos tabernáculos dos templos reais (CIC § 1327). De tal modo que, por meio da realização dos sacramentos, a Igreja pode ser apresentada em sua totalidade, favorecendo o incentivo para a participação daqueles que são virtualmente atingidos pelo nosso trabalho, a fim de que, de forma concreta, passem da presença na comunidade virtual para a comunidade real. Afinal, as celebrações “têm por objetivo fomentar a piedade e devoção eucarística dos fiéis e o amor e o zelo dos mesmos para com o Santo Sacrifício da Missa” [45].

34. Historicamente, “a utilização da liturgia em sua forma integral não ofende nem desmerece a ação redentora presente nos mesmos ritos quando realizados de forma material, muito menos violam nossa fé junto à Igreja, mas só estreita nossos laços de lealdade para com a mesma” [46]. Isto exige de nós, como fiéis dispensadores da Palavra, seriedade e fidelidade durante a celebração dos sacramentos, deixando transparecer, por meio de nossos atos, a santidade e a glória da Santa Igreja de Deus, apresentando-a, desta forma, a muitos dos que ainda não a conhecem.

35. Tamanha responsabilidade foi desenvolvida ao longo dos anos pela Igreja. Nem sempre o rito real foi utilizado no virtual. Houveram flexibilizações e alterações que ao longo do tempo, acabaram por descaracterizar o sentido profundo da Liturgia enquanto “fonte e ápice da vida cristã” [47]. Entre 2006 e 2014, as alterações foram diversas, haja vista que não havia um Missal organizado, ficando a cargo de cada sacerdote a forma de celebrar. Entretanto, sempre foi consenso entre eles a não utilização das palavras do Senhor durante o momento da Consagração. Foi apenas durante o Concílio Vaticano V que o rito da missa foi organizado tal como se encontra hoje, com a promulgação da primeira edição do Missal Romano. Nele, “se chegou à conclusão de maior necessidade de estreitamento de laços para com a Santa Igreja Romana (da vida real). Para tal tornar-se cada vez mais efetivo o corpo do Concílio decidiu por bem utilizar o rito integral da Santa Missa, excetuando-se as palavras proferidas por Nosso Senhor na última ceia e que transubstanciam o pão e o vinho no seu adorável corpo e sangue, isto para evitar escandalização por parte dos fiéis” [48].

36. Embora durante as celebrações eucarísticas do Habbo Hotel não aconteça a consagração do pão e do vinho, os ritos sagrados recordam o sacrifício pascal de Cristo que nos foi entregue. “Nesta memória nos alegramos, por nela recebermos a garantia de salvação, o momento mais sublime de Nosso Senhor, o qual deve ser lembrado o mais piedosamente possível” [49]. “O desprezo para com a Celebração Eucarística e a veneração dos santos levanta o questionamento dos rumos que queremos tomar, pois se abandonamos aquilo que nos diferencia das demais seitas e religiões, perdemos nossa característica e identidade próprias do católico apostólico romano” [50]. Desta forma, “quaisquer que sejam os gestos e sinais aplicados à Liturgia, deverão sempre contribuir para que se levem as mentes a Deus numa atitude de oração e adoração” [51].

CONCLUSÃO
Considerações finais

Este concílio cobiçou refletir sobre nossa fixação como Igreja no Habbo Hotel, em que esta discussão foi iniciada no Concílio de Latrão, do Papa Bento III, e continuada pelo Vaticano VII, pelo Papa João II. Com tal temática, o Concílio almejou, através das discussões na I Sessão Conciliar, instigar ao povo de Deus a um zelo maior pela Igreja no Habbo, que muitas vezes é tratada como uma terapia ou um momento de descontração. Porém, este Sagrado Concílio, ratifica que: enquanto estamos agindo em nome de Cristo e pregando a todos, não devemos cometer porfias e nem deslizes na caminhada, mas realizá-la com seriedade e compromisso, ''para que assim esta possa ter sentido, e ser realizada com amor e devotamento, para a maior glória do Senhor Jesus Cristo, que conta conosco para levar as almas ao conhecimento da Igreja e da Salvação que o próprio Senhor veio nos trazer'' [52]. Desse modo, a Igreja no espaço virtual é a assembleia do povo de Deus, a comunidade de batizados que agem pelo Seu Sacerdócio Régio [53] e evangelizam todos sem distinção. Por vezes a Igreja foi tratada como obra humana, ou até mesmo um passatempo, mas Ela é obra do Espírito Santo, que inspira os cristãos na caminhada da pregação da Palavra, da Eucaristia e da sã doutrina. ''Se não vivermos como Cristo, que enche de sentido a nossa existência, viveremos relativizando todas as coisas, não encontraremos a verdade e não encontraremos sentido no que fazemos. Ora, se não encontramos sentido em ser Igreja no Habbo Hotel por que a somos? Acaso não seria muito mais simples se nos reuníssemos apenas para nos divertirmos, conversarmos e sermos livres? [54]''. Destarte, a Igreja, mesmo no Habbo, não deve ser relativizada, mas sim vivenciada a partir da sua forma de agir em prol da difusão da Palavra viva e eficaz do Senhor. Vivenciando-a seremos "dele, por ele e para ele'' (Rm 11, 36), no serviço da missão e da doação em prol do reinado de Cristo. Assim, esta Igreja peregrina no Habbo tem por desígnio a difusão da Palavra, da vivência dos mistérios de Deus e da sua reflexão contínua. 

+ Ioannes Paulus, Pp. VII
Pontifex Maximus

+ Raul Gabriel Card. Steiner
+ Carlo Card. Ventresca
+ Vito Alberti Card. Lavezzo
+ Jorge Snaif M. Melchior Card. Mancini
+ Daniel Paulo Card. Stramantino
+ Raul Alberti Card. Damasceno
+ João Maria Card. Kekeison
+ Darllan Victor Messias D'Médici
+ Gregório Michels Baldisseri Von Sarto
+ Tomás S. S. A. Von Klapperschlange e Araújo
+ Caio Skol Ventresca Medeiros
+ Wesley Oliveira Ravassi Battaglia
+ Ângelo Roncalli S. L. Battaglia

______________

[1] Serm. 241,2; PL 38, 1134;
[2] Denzinger-Schonmetzer 3002, sobre o CVI;
[3] Sto. Irineu de Lyon, Adv. haer. (Adversus Haereses) IV,20,7;
[4] Denzinger-Schonmetzer 3002, sobre o CVI;
[5] Cf. Constituição Dogmática ''Dei Verbum'' sobre a Revelação Divina (1,2);
[6] Constituição Dogmática ''Dei Verbum'' sobre a Revelação Divina (1,3);
[7] Constituição Dogmática ''Dei Verbum'' sobre a Revelação Divina (1,4);
[8] Cf. Rito de Sagração Episcopal, da prece de sagração;
[9] Constituição Dogmática ''Lumen Gentium'', sobre a Igreja (1,2);
[10] Constituição Dogmática ''Dei Filius'', do Sumo Pontífice Pio IX;
[11]Exortação Apostólica Pós-Sinodal ''Sal Terrae'', de Sua Santidade, o Papa Urbano III, do I Sínodo dos Leigos;
[12] Constituição Dogmática ''Dei Verbum'' sobre a Revelação Divina (1,7);
[13] Exortação Apostólica Pós-Sinodal ''Sal Terrae'', de Sua Santidade, o Papa Urbano III, do I Sínodo dos Leigos;
[14] Constituição Dogmática ''Pastor Aeternus'', do Sumo Pontífice Pio IX;
[15] Constituição Dogmática ''Lumen Gentium'', sobre a Igreja (2,14);
[16] Catecismo da Igreja Católica, Capítulo II, Art. 9, Parágrafo 1, Origem, fundação e missão da Igreja, n° 766;
[17] Catecismo da Igreja Católica, Capítulo II, Art. 9, Parágrafo 1, Origem, fundação e missão da Igreja, n° 766;
[18] Constituição Dogmática ''Lumen Gentium'', sobre a Igreja, (1,4);
[19] Constituição Dogmática ''Lumen Gentium'', o Espírito santificador e vivificador da Igreja, (1,4);
[20] Catecismo de São Pio X, Capítulo X, n° 177;
[21] Constituição Pastoral ''Gaudium et spes'', Sobre a Igreja no Mundo Atual, Cap. 5, n° 78;
[22] Decreto ''Unitatis Redintegratio'', Sobre o Ecumenismo, (1, 2);
[23] Antífona do Magnificat das II Vésperas da Solenidade do SS. Corpo e Sangue de Cristo;
[24] Missal Romano, Embolismo depois do Pai Nosso;
[25] Carta Encíclica ''Ecclesia de Eucharistia'', Cap. I - Mistério da Fé, n° 18;
[26] Carta Encíclica "Redemptor Hominis", Cap. IV, A Missão da Igreja e o Destino do homem, art.° 20;
[27] Homilia de Sua Santidade, o Papa Gregório XVII, o Magno, na ocasião de sua visita ao Habbo Hotel no dia 18 de julho de 2019;
[28] Homilia de Sua Santidade, o Papa Gregório XVII, o Magno, na ocasião de sua visita ao Habbo Hotel em Julho de 2020, na Santa Missa pela Igreja;
[29] Constituição Conciliar SALUS ANIMARUM - Sobre a Igreja no Habbo Hotel, de João II. Capítulo I, da Natureza Eclesial; 
[30] Constituição Conciliar SALUS ANIMARUM - Sobre a Igreja no Habbo Hotel, de João II. Capítulo I, da Natureza Eclesial; 
[31] Exortação Apostólica Pós-Sinodal - Mitte Me Ad Gentes, n° 4;
[32] Homilia de Sua Santidade, o Papa Gregório XVII, o Magno, na ocasião de sua visita ao Habbo Hotel em Julho de 2020, na Santa Missa pela Igreja;
[33] Constituição Conciliar SALUS ANIMARUM - Sobre a Igreja no Habbo Hotel, de João II. Capítulo I, da Natureza Eclesial; 
[34] Carta Encíclica Gaudium Populum Dei, de Sua Santidade, o Papa Gregório III, n° 8);
[35] Carta ''Ductus Spiritus Sancti'', da Congregação para o Clero, D. Marlindo Araújo, Sobre a ação do Espírito Santo na realidade virtual;
[36] Doxologia do final da Oração Eucarística, Missal Romano;
[37] Carta ''Testes Domini'', da Congregação para o Clero, D. Marlindo Araújo, Sobre o modo de Vida dos Servos da Vinha;
[38] Declaração Conciliar ''Bonum Necessarium Visum Gressus Ecclesia'', do Concílio Lateranense, de Sua Santidade, o Papa Bento III;
[39] Homilia de Sua Santidade, o Papa Gregório XVII, o Magno, na ocasião de sua visita ao Habbo Hotel em 09 de julho de 2020, na Santa Missa pela Igreja;
[40] Epílogo do Concílio Vaticano VII, no Habbo, Homilia de Encerramento feita por Sua Santidade, o Papa João II;
[41] Carta Encíclica ''Mysterium Fidei'', de Sua Santidade, o Papa João Paulo VI - Sobre o Sacerdócio e a Eucaristia no Habbo Hotel;
[42] Constituição Conciliar SALUS ANIMARUM - Sobre a Igreja no Habbo Hotel, de João II. Capítulo II, da Natureza Eclesial; 
[43] Carta Encíclica ''Mysterium Fidei'', de Sua Santidade, o Papa João Paulo VI - Sobre o Sacerdócio e a Eucaristia no Habbo Hotel;
[44] Constituição Dogmática ''Dei Filius'', do Concílio Vaticano I, de Sua Santidade, o Beato Papa Pio IX - da Fé e da Razão, Capítulo III;
[45] Lucas II, Constituição Apostólica Missale Romanum, 4;
[46] Lucas II, Constituição Conciliar "Salutaris Hostia", 3;
[47] Paulo VI, Lumen Gentium, 11;
[48]Lucas II, Constituição Apostólica Missale Romanum, 3;
[49] Mariano III, Constituição Apostólica Heri et Hodie in Comunion;
[50] Urbano III, Carta Ecníclica Mirare Tempore Futurum, 4;
[51] João II, Decreto Conciliar Inculturatio Liturgicarum, 1;
[52] Considerações finais da Constituição Conciliar ''Salus Animarum'', do Papa João II;
[53] Exortação Apostólica Pós-Sinodal - Mitte Me Ad Gentess;
[54] Carta Encíclica '''Mysterium Fidei'', do Papa João Paullo VI, Sobre a Eucaristia e o Sacerdócio no Habbo Hotel.